ATA DA TRIGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 13-5-2004.

 


Aos treze dias do mês de maio de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Maristela Maffei, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, o Projeto de Lei do Legislativo nº 046/04 (Processo nº 1138/04); pela Vereadora Clênia Maranhão, os Pedidos de Informações nos 093, 094 e 095/04 (Processos nos 2562, 2563 e 2564/04, respectivamente); pelo Vereador Dr. Goulart, o Pedido de Informações nº 008/04 (Processo nº 2472/04); pelo Vereador Elias Vidal, o Pedido de Providências nº 884/04 (Processo nº 2461/04) e o Pedido de Informações nº 088/04 (Processo nº 2484/04); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 920, 931, 932, 933, 934, 935, 936 e 937/04 (Processos nos 2543, 2577, 2578, 2579, 2580, 2581, 2582 e 2583/04, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Legislativo nº 113/04 (Processo nº 2569/04); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Informações nº 091/04 (Processo nº 2544/04); pelo Vereador Nereu D’Avila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 076/04 (Processo nº 1892/04). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 0028, 0031, 0352, 3366, 3476 e 8335/04, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Helena Hartke de Oliveira, representando o Conselho Regional de Serviço Social – CRESS/10ª Região, que discorreu sobre o Dia do Assistente Social, comemorado em quinze de maio, divulgando conceitos do Código de Ética Profissional dessa categoria. Nesse sentido, afirmou que o Serviço Social possui como objeto a superação das desigualdades, por meio de um projeto ético-político embasado em programas conjuntos com instituições públicas e privadas, com práticas emancipatórias e inclusivas que garantam o efetivo exercício da cidadania. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou a presença da Senhora Leila Aparecida Cunha Thomassim, Presidenta do Conselho Regional de Serviço Social da 10ª Região, convidando-a a integrar a Mesa dos trabalhos e, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Cláudio Sebenelo, Renato Guimarães, Pedro Américo Leal, Ervino Besson, Haroldo de Souza e Raul Carrion, manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinqüenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e dois minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do décimo sexto aniversário do Programa Social Educativo de Profissionalização de Adolescentes – PROSEPA, da Brigada Militar, nos termos do Requerimento nº 077/04 (Processo nº 2127/04), de autoria do Vereador Carlos Alberto Garcia. Compuseram a Mesa: a Vereadora Margarete Moraes, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Coronel Tarso Antônio Marcadella, Chefe do Estado-Maior da Brigada Militar, representando o Comando-Geral dessa corporação; o Tenente-Coronel Valmor; o Major Marcelo e a Capitã Rosane, respectivamente Chefe da PM 5 - Seção de Comunicação Social da Brigada Militar, Chefe do Centro de Referência Bio-Psicossocial – CERAB e Coordenadora-Geral do Programa Social Educativo de Profissionalização de Adolescentes – PROSEPA, da Brigada Militar; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário deste Legislativo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Alberto Garcia enfocou a importância das atividades desenvolvidas pela Brigada Militar por meio do Programa Social Educativo de Profissionalização de Adolescentes, salientando dificuldades enfrentadas pelos jovens na sua formação e inclusão no mercado de trabalho. Igualmente, analisou conceitos como responsabilidade, hierarquia e disciplina, que alicerçam a filosofia seguida pela instituição ora homenageada. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, comentou a comunidade-alvo e os resultados positivos alcançados pelo PROSEPA, cuja programação se destina a promover a melhoria das condições de vida dos adolescentes, proporcionando-lhes a integração à sociedade e a oportunidade de uma iniciativa profissional e despertando-lhes a consciência crítica de seus direitos e deveres. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson elogiou o trabalho assistencial da Brigada Militar, lamentando as poucas alternativas dos jovens na construção de seu espaço pessoal e profissional dentro da sociedade contemporânea. Também, abordou a falta de recursos humanos e materiais enfrentada pela Fundação Estadual do Bem Estar do Menor do Rio Grande do Sul - FEBEM, questionando a efetividade dos resultados obtidos por essa entidade na recuperação de menores infratores. O Vereador Pedro Américo Leal, mencionando causas dos altos níveis de criminalidade atualmente observados no País, frisou a necessidade de garantir à juventude o acesso a uma educação que viabilize a participação real no mercado de trabalho. Ainda, apontou reflexos negativos resultantes da inserção do Brasil em um sistema econômico embasado na globalização e no neoliberalismo, em especial no que tange ao aumento dos índices de desemprego e de exclusão social. Após, o Vereador Pedro Américo Leal, em tempo cedido pelo Vereador João Carlos Nedel, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, destacou que, além do ensino técnico, o Programa Social Educativo de Profissionalização de Adolescentes da Brigada Militar garante também serviços de atendimento psicológico, médico e odontológico, visando ao acompanhamento integral do jovem, como parte da construção de uma sociedade mais justa e responsável. Em continuidade, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Coronel Tarso Antônio Marcadella, que destacou a importância da homenagem hoje prestada por este Legislativo com referência ao transcurso dos dezesseis anos do Programa Social Educativo de Profissionalização de Adolescentes – PROSEPA, da Brigada Militar. Às quinze horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e três minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se contrariamente ao pagamento pelo comparecimento às Sessões Extraordinárias no Congresso Nacional, comentando a aprovação, ontem, de Emenda que regulamenta o número de Vereadores nos Municípios do País e criticando a não-votação da Proposta de Emenda à Constituição nº 227/04, chamada “PEC Paralela”, que dispõe sobre as contribuições previdenciárias no Brasil. O Vereador Luiz Braz mencionou metas de reajuste do salário mínimo debatidas pelo Senador Paulo Paim, alegando coerência de Sua Senhoria ao abordar a matéria e alegando serem antagônicos os posicionamentos do Partido dos Trabalhadores, antes e depois de assumir o Governo Federal, sobre a questão. Também, leu trechos de matéria publicada hoje no jornal Correio do Povo, intitulada “Secretário do PT: lamentável atitude de Paim”, sobre os índices de aumento do salário mínimo. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou a presença dos Vereadores Bernardino Batista dos Santos, do PP, e Lélia Müller e Lurdes Dresch, do PMDB, respectivamente Presidente, 1ª Vice-Presidenta e 1ª Secretária da Câmara Municipal de Três Passos – RS. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei contraditou o pronunciamento do Vereador Luiz Braz em relação à proposta do Governo Federal para o valor do salário mínimo e posicionou-se contrariamente à alteração, para o Centro da Cidade, das instalações da Delegacia da Mulher localizada no Palácio da Polícia. Ainda, externou sua satisfação em relação à inclusão junto à Proposta de Emenda à Constituição nº 227/04, de dispositivo legal que assegura direito à aposentadoria para a dona-de-casa. O Vereador Renato Guimarães pronunciou-se sobre a participação da comunidade nas decisões de investimentos públicos na época em que o Senhor Olívio Dutra governava o Estado, lamentando que, atualmente, o Executivo Estadual tenha substituído essa iniciativa pelo Projeto “Consulta Popular”. Também, questionou a validade do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/03, que cria o Conselho Municipal de Desenvolvimento – COMUDE. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza protestou contra a decisão do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, sobre a cassação do visto de permanência temporária no País, de jornalista Larry Rohter. Ainda, pronunciou-se sobre o transcurso do Dia da Abolição da Escravatura, comemorado hoje, discorrendo acerca da questão ao longo da história do Brasil e chamando a atenção para o preconceito racial existente. O Vereador Cláudio Sebenelo teceu críticas ao Partido dos Trabalhadores à frente dos Governos Municipal e Federal e contraditou ações implementadas pelo Senhor Olívio Dutra, na época em que Sua Senhoria governou o Estado do Rio Grande do Sul. Nesse sentido, questionou, particularmente, a questão do desemprego no País, a política de valorização do funcionalismo público municipal e os níveis de qualidade de vida verificados em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Nereu D’Avila discorreu acerca da revogação do cancelamento do visto do jornalista estadunidense Larry Rohter, expondo a postura adotada pelo Partido Democrático Trabalhista em relação ao caso. Nesse sentido, afirmou que o cancelamento do visto desse profissional foi uma tentativa de desviar a atenção da opinião pública dos problemas nacionais, argumentando que esta decisão atenta contra a liberdade de imprensa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol assegurou que o incidente com o jornalista Larry Rohter é uma manobra para desviar a atenção da população dos reais problemas no Brasil, citando como outro exemplo a proibição de funcionamento das casas de bingo, ocorrida a partir de fevereiro do corrente. Ainda, declarou que a imagem do Brasil no exterior foi abalada por esse fato, classificando as decisões do Governo Federal como extremamente prejudiciais ao País. O Vereador Nereu D’Avila lembrou o aniversário, hoje, da Abolição da Escravatura no Brasil, ressaltando que o Rio Grande do Sul já havia concedido anistia aos negros em mil oitocentos e oitenta e quatro, numa antevisão de que haviam se esgotado os processos econômicos baseados no trabalho escravo. Também, destacou a contribuição histórica dos negros para o desenvolvimento do País, enfatizando a simpatia de Sua Excelência à criação de cotas para negros nas Universidades Federais. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos 013/04 e 015/04, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 070/04; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/04, discutido pelo Vereador Ervino Besson, os Projetos de Lei do Legislativo nos 080 e 097/04, este discutido pelo Vereador Elói Guimarães; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 012/04, o Projeto de Resolução nº 022/04, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº029/04, os Projetos de Lei do Legislativo nos 091, 096, 098, 099, 100, 101, 061/04, este discutido pelo Vereador Renato Guimarães, 087/04, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, e 095/04, discutido pelo Vereador Cláudio Sebenelo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion criticou o hasteamento da bandeira dos Estados Unidos da América, ocorrido ontem no Palácio Piratini, durante reunião do Governador Germano Rigotto com a Embaixadora Donna Hrinak. Ainda, teceu considerações acerca da política de segurança pública vigente no Estado, reportando-se a confronto ocorrido ontem entre integrantes da Brigada Militar e manifestantes em protesto contra a política externa estadunidense. O Vereador João Antonio Dib referiu-se ao discurso do Vereador Raul Carrion, em Comunicação de Líder, afirmando ser o hasteamento de bandeira estrangeira medida diplomática normal quando da visita de autoridade de outro país. Ainda, comentou a atuação da Brigada Militar, ontem, na repressão de protesto contra o governo dos Estados Unidos da América, enfocando a importância da conscientização dos jovens quanto à complexidade que envolve a situação política do mundo atual. O Vereador Wilton Araújo lembrou que o dia treze de maio, no passado, era reverenciado como o Dia da Abolição da Escravatura, citando reportagem publicada a esse respeito na edição de hoje do jornal Diário Gaúcho. Sobre o assunto, salientou que a revisão histórica dos aspectos econômicos e políticos abrangidos pela Lei Áurea acarretou uma reformulação de conceitos, o que levou a uma nova concepção da realidade do negro e da luta contra a discriminação racial. O Vereador Cassiá Carpes teceu comparações entre os posicionamentos assumidos pelo Partido dos Trabalhadores antes e depois da posse do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República, em especial quanto ao sistema econômico vigente no País. Também, referiu-se ao teor da reportagem do jornalista Larry Rohter, publicada no dia nove de maio do corrente, no jornal “The New York Times”, em que são feitos comentários desairosos à pessoa do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Vereador Guilherme Barbosa comentou pronunciamentos hoje efetuados nesta Casa, quanto à reportagem sobre o Presidente da República publicada no dia nove de maio do corrente pelo jornal “The New York Times”, e defendeu a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Federal. Nesse sentido, analisou políticas seguidas por esse Partido, na busca da Soberania Nacional e do efetivo desenvolvimento econômico e social do País. A seguir, o Vereador Sebastião Melo procedeu à entrega, à Senhora Presidenta, de carta de ameaças encaminhada ao gabinete de Sua Excelência, relativa a denúncias que recebeu por ter denunciado, nesta Casa, a venda de fichas em Postos de Saúde da Cidade, tendo o Vereador Raul Carrion manifestado sua solidariedade ao Vereador Sebastião Melo, face ao ocorrido. Às dezessete horas e quarenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, a Senhora Presidenta, face questionamento do Vereador Luiz Braz, prestou informações acerca da presença dos Senhores Parlamentares e, a seguir, declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores Elói Guimarães, João Carlos Nedel e Ervino Besson e secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel e Ervino Besson. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Helena Hartke de Oliveira, representando o Conselho Regional de Serviço Social - Cress/10ª Região -, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao projeto ético-político do Assistente Social e ao Dia do Assistente Social, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. HELENA HARTKE DE OLIVEIRA: Srª Presidenta da Câmara de Vereadores, Verª Margarete Moraes; prezados Vereadores, cidadãs e cidadãos de Porto Alegre, uma boa-tarde a todas e a todos. Em nome do Conselho Regional de Serviço Social e das entidades de organização e formação da categoria aqui presentes, agradecemos à Câmara de Vereadores a oportunidade de novamente fazer uso desta Tribuna Popular, para publicizar a profissão do Assistente Social e seus compromissos ético-políticos.

No momento oportuno em que comemoramos a Semana do Assistente Social, temos como propósito divulgar a profissão e seus compromissos éticos e políticos. O Assistente Social é um profissional de nível superior, graduado no curso de Serviço Social, regulamentado desde o ano de 1957. A formação profissional é de quatro anos, com estágios práticos sob a supervisão direta de um profissional Assistente Social.

Ao longo dos últimos anos, a profissão se redimensionou, emancipando-se como profissão identificada e inserida no cenário e na realidade social brasileira. Fruto desse processo é o novo Código de Ética Profissional do Assistente Social, aprovado e referendado pela categoria em 1993.

O significado social do Serviço Social se expressa na exigência de respostas às diferentes questões sociais. Tem seu objeto de intervenção revelado nas desigualdades sociais manifestas no desemprego, na violência, vulnerabilidades sociais e econômicas que afetam diferentes pessoas e grupos socialmente excluídos. O projeto ético-político do Assistente Social se materializa através de profissionais técnica e politicamente capacitados para atuaram na perspectiva da superação das desigualdades sociais. Trabalham junto a instituições públicas e privadas na elaboração de programas e projetos que viabilizem a emancipação dos cidadãos, bem como o acesso aos bens e serviços como garantia de direitos em detrimento de práticas assistencialistas e de benesses. Como profissão de cunho humanista, tem como compromisso a premissa de uma sociedade democraticamente construída, com participação da população em prol da cidadania, do acesso aos direitos sociais e das garantias individuais constitucionalmente consagradas na Constituição de 1988.

Este ano o conjunto do Conselho Federal de Serviço Social e o Conselho Regional de Serviço Social quer, portanto, publicizar seu compromisso, enquanto profissão, com os direitos, apresentando como lema da semana: “Garantir Direitos: Um Dever do Assistente Social”. Este tema é provocativo; falar em direito num contexto em que as conquistas são pontuais e dispersas, em que o cenário nacional e mundial apresenta correlação de forças tão desfavorável é de fundamental importância e faz diferença nos tempos de hoje.

Enquanto profissão, os Assistentes Sociais querem neste ano afirmar o compromisso com a construção do projeto ético-político profissional, pautado na luta pela conquista dos direitos sociais, políticos e econômicos, na busca da universalização do acesso a bens e serviços, da eqüidade e justiça social. Dever e compromisso dos Assistentes Sociais expressos nas dimensões micro e macro de intervenção profissional, no fazer individual e coletivo. Essa dimensão ético-política se expressa nos referenciais teóricos e metodológicos, presentes no ensino da prática profissional, na materialização de estratégias de organização e mobilização dos trabalhadores, usuários e da própria categoria, na perspectiva da inclusão social e da igualdade de direitos.

Apreender essa dimensão ético-política de participação social da categoria de Assistentes Sociais vem sendo um dos principais desafios da atual gestão do Conselho Regional de Serviço Social da 10ª Região. A gestão vem operando compromissos de gestão que expressam essa dimensão ético-política junto à categoria e à sociedade em geral, através da representação e participação nos Conselhos de Políticas de Direitos, contribuindo na formulação e controle das políticas sociais públicas, em contraponto às ações segmentadas pontuais e assistencialistas; através da política de fiscalização do Conselho Federal e Regional da profissão, pautada por uma prática pedagógica e educativa, orientadora da defesa da profissão, da qualificação do exercício profissional, dos serviços e da aplicação cotidiana do nosso código de ética profissional e, principalmente, do compromisso profissional com o usuário; do Projeto Ética em Movimento, como instrumento de capacitação profissional; da política de nucleação e interiorização do Conselho Regional, ampliando nossa capacitação de organização e posicionamento político enquanto categoria, através da implantação dos núcleos de Assistentes Sociais nas regiões do Estado do Rio Grande do Sul e por temáticas; e, principalmente, constituindo mecanismos efetivos de aproximação e democratização do espaço do próprio Conselho, de forma que a categoria exercite seu direito à participação, também formulando propostas, permitindo passos mais decisivos e ofensivos na garantia de direitos.

Portanto, neste ato, finalizando, queremos reafirmar que são lutas nacionais de nossa categoria, entre outras: a consolidação do Sistema Único de Saúde, opondo-nos a instrumentos que rompam com a lógica transdisciplinar e descentralizado do acesso à saúde; pela efetiva operacionalização do Estatuto da Criança e do Adolescente, organizando-nos na luta contra o rebaixamento da idade penal dos adolescentes, contra a violência e exploração sexual - dia 18 de maio, domingo, será o Dia Nacional de Luta Contra a Exploração Sexual, com atividade no Brique da Redenção -; pela efetiva implantação do Sistema Nacional de Assistência Social e a Lei Orgânica da Assistência Social; pela efetiva implantação do Estatuto do Idoso, pois entendemos que somente dessa forma continuaremos sendo profissão, protagonistas de lutas e de direitos e um Conselho Regional vivo, dinâmico e em movimento para a construção do projeto ético-político e de um novo projeto societário. É com essa reflexão que estamos dando continuidade ao conjunto de atividades da Semana do Assistente Social.

Queremos dizer também que o nosso desafio permanente será construir, teórica e coletivamente, a universalização dos direitos, com a intervenção interventiva e política, com o compromisso da democratização da democracia, lutando, assim, por uma sociedade libertária, emancipatória e igualitária. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero cumprimentar a Srª Helena de Oliveira pelo seu pronunciamento e convidá-la a fazer parte da Mesa.

Registro, com muita honra, a presença da Srª Leila Aparecida Cunha Thomassim, Presidente do Conselho Regional de Serviço Social da 10ª Região. Convido-a a fazer parte da Mesa.

O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezada Presidenta do Conselho Regional de Serviço Social, Srª Leila; prezada Srª Helena de Oliveira, Assistente Social, primeiramente eu gostaria de falar um pouco das dificuldades das profissões regulamentadas. E falo agora não como Vereador, mas como Conselheiro Federal que sou do Curso de Educação Física. Sabemos que todos os dias nós brigamos pela constância da nossa regulamentação. Mas a profissão das senhoras, de Assistente Social, como foi dito, é aquela profissão que atua no campo das políticas sociais visando ao compromisso e à garantia dos direitos sociais. É uma constante luta, e você falaram muito bem sobre o cumprimento do Estatuto do Idoso e sobre a constante luta pela manutenção do ECA.

Quero fazer uma saudação especial à Drª Vera, aqui presente, que faz parte do Prosepa como Assistente Social, e mostrar que nós temos hoje, aqui, casualmente, uma prova viva do trabalho efetivo do Assistente Social, no seu dia-a-dia, no conjunto, procurando fazer com que, cada vez mais, a garantia dos direitos sociais da nossa população fortaleça aquilo que nós queremos, ou seja, o processo democrático.

Parabéns pela profissão das senhoras!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço o pronunciamento do Ver. Carlos Alberto Garcia.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria saudar a presença da Srª Helena de Oliveira e da Srª Leila Thomassim, Presidente do Conselho da 10ª Região, ambas Assistentes Sociais que acompanham as suas lideranças, na tarde de hoje, nesta Casa e que trazem a este plenário um debate extremamente importante - não apenas para a categoria dos Assistentes Sociais, que tem o seu dia comemorado hoje neste plenário, a nossa data - e significativo para o conjunto da sociedade.

Nós, que trabalhamos com a área social e, portanto, sonhamos com uma sociedade mais igualitária, justa, inclusiva, sabemos que nenhum processo de desenvolvimento acontece em uma sociedade se nela não forem construídos os pilares de uma competição ética, de um comportamento ético, de uma base fundamental para o desenvolvimento social e do capital humano, que é, efetivamente, a base de um desenvolvimento com o qual nós todos sonhamos.

Então, eu queria, nesta oportunidade, parabenizar a todos os profissionais do Serviço Social pelas comemorações desta semana e dizer que é sempre um prazer poder receber a representação do Conselho, trazendo uma temática cara para o conjunto da sociedade porto-alegrense e gaúcha.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: No momento em que saudamos a Drª Helena Hartke de Oliveira, queremos ressaltar o conteúdo extremamente sólido do seu discurso. A Assistente Social sai em busca do direito das pessoas, e não num sentimento culposo de “coitadismo” nacional. Na verdade, nós precisamos exatamente disso, entender que não se faz assistencialismo, mas são fornecidos meios para que as pessoas se desenvolvam através, inclusive, do pleno emprego, do bem-estar social, das políticas de Governo, mas especialmente da idéia desenvolvimentista atual. O que se deve concluir é que a importância da Assistente Social é tamanha que, se desaparecessem as mazelas sociais, ela continuaria presente na história dos países, na história das nações, especialmente na melhora das relações humanas. Isso indispensavelmente é o que tem feito, comprovadamente e inequivocamente, toda Assistente Social. Viva à Assistente Social brasileira.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: A nossa saudação ao Cress da 10ª Região, em nome das companheiras Leila Thomassim e Helena de Oliveira. Achamos que a presença deste Conselho, aqui na Câmara, na construção da luta democrática brasileira é de tamanha importância. Entendemos que uma profissão que carrega no seu projeto ético e político o compromisso de democratizar as relações de acesso às políticas públicas, de esclarecer os usuários sobre o que é uma política pública de Assistência Social, esclarecendo não serem práticas paternalistas e assistencialistas, de respeitar as diferenças das pessoas no acesso e no entendimento das políticas públicas e também de informar à população quais são os seus direitos, somando isso num Projeto de dever da profissão - que é garantir os direitos sociais dos cidadãos -, é uma imensa tarefa que é, sim, abarcada, levada pelo Conselho, pelas assistentes sociais, mas que, no nosso entendimento, deve ser tarefa de todos os cidadãos que lutam pela democracia brasileira. Nossos parabéns a essa profissão e a esse Conselho que consegue, na sua síntese de projeto político, colocar com tamanha clareza qual é o projeto da Nação brasileira.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Saúdo as Assistentes Sociais, dizendo que tenho em minha casa verdadeira prova da atuação, pois minha mulher, sempre ocupando a segunda linha, na retaguarda, manifestou há tempos o desejo, a vontade de ser Assistente Social lá pelos sessenta e tantos anos. Intrigou-me esse fato, porque sempre estive na linha de frente, acreditando que ela nunca iria para a linha de combate. Fiquei intrigado com aquele desejo dela e fui-me enfronhando, em conseqüência, no trabalho da Assistente Social. E uma frase despertou-me a atenção: “Com a população mais excluída da sociedade” e, de fato, isso se deu, porque era na Vila Caddie, na zona mais pobre para onde ela se transportava - pouca gente a conhece, ela permanece incógnita, embuçada, na retaguarda. E passei a ter o conhecimento do trabalho de vocês. Eu tenho ouvido coisas, mas passei a me inteirar dos fatos e vi quanto sofrimento vocês passavam, não só por presenciarem a realidade brasileira, como também do que lhes era exigido.

Tenho dentro da minha casa a prova dos nove, prova vivida de tudo que vocês presenciam, trabalham e tentam minorar neste Brasil. Meus parabéns, continuem; não sei se vocês conseguirão alguma coisa. Assim como a Brigada Militar, que nós vamos hoje, aqui, também homenagear, tenho muitas dúvidas se eles, com o trabalho de 20 anos que fazem, também trarão melhoras para essa população sofrida, para os 60 milhões de pobres coitados e indigentes neste Brasil. Famílias sem pais, só as mães trabalhando, é desesperador!

Meus parabéns, muitas felicidades, muita saúde, vocês vão precisar de muita saúde para defrontar a realidade. Obrigado, Srª Presidenta, por ter me aturado.

(Revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Minha cara Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, Srª Helena Hartke de Oliveira e Srª Leila Thomassim, em meu nome e em nome dos Vereadores Nereu D'Avila, Isaac Ainhorn, Dr. Goulart e João Bosco Vaz, quero parabenizar e saudar vocês com muito carinho pelo trabalho que realizam. Um trabalho digno, uma profissão que tem, no seu dia-a-dia, o convívio com o sofrimento do nosso povo, que tanto necessita de calor humano.

Hoje é um dia importante. Daqui a pouco, no período das Comunicações, esta Câmara vai prestar uma homenagem à nossa gloriosa Brigada Militar, que também presta um grande trabalho na área social.

Portanto, mais uma vez, em nome da Bancada do PDT, desejamos vida longa para vocês, o nosso abraço a todas as assistentes sociais, que realizam esse belo trabalho. Que tenham muita paz e muita saúde. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço ao Ver. Ervino Besson.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Srª Helena de Oliveira, Assistente Social, pego este folheto para falar alguma coisa: “Assistente Social, conheça melhor essa profissão que faz parte do seu dia-a-dia e você nem percebe”. Eu também não percebia, até o dia em que, por um problema muito íntimo meu, muito meu, familiar, precisei de Assistente Social. E aí vi o valor que vocês têm! O quanto vocês significam para a sociedade, o quanto vocês prestam serviços à nossa sociedade.

E por isso, hoje, vocês estão aqui para comemorar o Dia do Assistente Social, em nome do Ver. Sebastião Melo e em meu nome, em nome do PMDB, cumprimento a senhora e, por extensão, a todos os assistentes sociais deste Estado, deste País, com muito carinho, com muito respeito, na certeza de que vocês vão colher ainda muitos frutos fantásticos pela frente. Parabéns! Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação à Srª Helena e à Srª Leila, em nome de quem saúdo todos os assistentes sociais do nosso Estado, da nossa Cidade. A importância do Assistente Social num país como o Brasil, campeão de concentração de renda e de exclusão social, é enorme.

Esta semana acaba de ser lançado o III Volume do Atlas da Exclusão Social, dirigido pelo cientista Márcio Pochmann, e nesse mapa tomamos conhecimento de que, no nosso País, 10% dos mais ricos detêm 75,4% de toda a riqueza do País. E o que é pior: apenas cinco mil famílias - um centésimo do número de famílias do País - detêm 45% da riqueza. Mais ainda: a participação dos salários, na renda nacional de 1994 a 2003, caiu de 44% para apenas 35%, mostrando o processo acelerado de maior concentração de renda e exclusão que viveu o nosso País nos anos de neoliberalismo.

À frente da Fundasul, no início da década de 90, que era o órgão responsável pela Assistência Social no Estado, tive a oportunidade de dirigir o Programa Vida e Cidadania, buscando romper com qualquer visão assistencialista. Ali tive a oportunidade de conviver e testemunhar a importância e a qualidade do trabalho das assistentes sociais no nosso Estado, em uma visão realmente de cidadania e não de mero assistencialismo.

Por isso, um grande abraço e parabéns pela caminhada de vocês. Sigam nesse trabalho, na luta comum a todos nós, por um Brasil mais justo, soberano e democrático. Muito obrigado.

(Revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não havendo mais Vereadores inscritos para cumprimentar as assistentes sociais, eu quero agradecer à Srª Helena Oliveira e à Srª Leila Thomassim por suas presenças, parabenizá-las pelo seu Dia e, em seus nomes, cumprimentar todos os assistentes e todas as assistentes sociais por seu cotidiano de coragem e dignidade, sobretudo por sua luta emancipatória. Muito obrigada, sejam sempre bem-vindas a esta Casa.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h50min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes - 14h52min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, período destinado a homenagear o transcurso do 16º aniversário do Programa Social Educativo de Profissionalização de Adolescentes da Brigada Militar do Rio Grande do Sul - Prosepa.

Convido a compor a Mesa dos trabalhos os representantes do Comando-Geral da Brigada Militar: Coronel Tarso Antônio Marcadella, Chefe do Estado Maior; o Tenente-Coronel Valmor, Chefe da PM 5; o Major Marcelo, Chefe do Cerab - Centro de Referência Bio-Psicosocial e a Capitã Rosane, Coordenadora-Geral dos Prosepas. Sejam bem-vindos.

O Ver. Carlos Alberto Garcia, do PSB, proponente da homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Exma Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Quero também fazer o registro do Major Leonel Paiva, representando o Comando do 9º BPM; do Major Fraga, representando o Comando do Policiamento da Capital, do Major Sérgio Augusto, representando o Estado Maior; da Major Silvana, também do Estado Maior; do Capitão Paulo Leandro Carvalho, representando a Corregedoria da Brigada Militar; do Tenente-Coronel Isaías Malinski, também do Estado Maior; da Srª Vera Dexeimer, representando a primeira-dama; da Srª Flora Oliveira, representando o Gabinete do Governador; do Sargento Medina, coordenador do Prosepa; Sargento Laureano; Sargento Salviano; Soldado Koetz, Soldado Marco; Sargento Márcio, monitores do Prosepa; Srª Leda Jardim, madrinha do Prosepa - parabéns, sempre atuante em todas as ações; Tenente Bresolin; Sargento Quadros; Soldada Janete; Dra. Vera, Assistente Social; Dra. Eliana, do Centro Médico Odontológico. Quero fazer também uma saudação especial a duas pessoas que não estão aqui, mas cujo trabalho eu presenciei, que são o Sargento Mena e o Sargento Aristeu, ex-coordenadores do Prosepa. Quero também agradecer a presença do Nilo Júnior e da Miriam Velasques, representante da Bancada do PSB na Assembléia Legislativa.

Senhoras e senhores, quero dizer da alegria de hoje trazer a esta Casa uma homenagem - simples - da Câmara de Vereadores, mas que julgo importante, que é saudarmos esse Programa Social Educativo de Profissionalização do Adolescente da Brigada Militar. Ao longo desses 15 anos, esse trabalho tem sido feito de forma crescente.

Eu vou contar um pouco do meu envolvimento - que foi acidental - com esse Programa. Recebi, em 1988, o Sargento Mena em meu gabinete solicitando alguma colaboração. Naquela oportunidade, o Programa estava ameaçado, porque não tinha seguro e, pelo tipo de atividade desenvolvida - chapeação, pintura, estofaria - precisava, pois um acidente poderia acontecer. Imediatamente, nos apaixonamos pelo Programa, entramos em contato com a Caburé Seguros - e aqui não vai nenhum comercial, em 1969, tive a oportunidade de lá trabalhar, em meu primeiro emprego -, e imediatamente ele atendeu e proporcionou, naquela oportunidade, um seguro para a continuidade do Programa. Eu presenciei coisas lindas de se ver; quando aqueles jovens fazem 18 anos e saem do Programa, sistematicamente, eles retornam mostrando o vínculo.

Também quero saudar esses alunos que estão aqui, com esse suporte da Brigada Militar, alicerçado na hierarquia e na disciplina, que conseguem fazer essas coisas maravilhosas.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder para concluir sua homenagem.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Quero ressaltar que esse Programa foi criado através do Decreto Estadual nº 32.803, de 20 de abril de 1988, com objetivo de promover a melhoria das condições de vida de adolescentes, proporcionando-lhes a integração à sociedade, a oportunidade de uma iniciação profissional e o resgate de sua cidadania, despertando-lhes a consciência crítica de seus direitos e deveres.

A área de atuação desse Programa, aqui em Porto Alegre, é nas Vilas Bom Jesus; Divinéia; Cruzeiro; Restinga Velha; Augusta; Elisabeth; Leão; 1º de Maio; Erechim; Formiga; Chácara das Pedras; Chácara da Fumaça; Jardim; Farrapos; Herdeiros; Agostinho; Nova Gleba; Sarandi; Santa Rosa; Parque dos Maias; Cohab Cavalhada e Leopoldina; Morro Santa Teresa; Embratel e Sabão. Na Região Metropolitana, é composta por Canoas, Alvorada, Gravataí, Viamão, Eldorado do Sul e Guaíba, tendo outros núcleos em Rio Pardo, Pelotas, Vacaria, Caxias do Sul, Santana do Livramento, Passo Fundo, Montenegro e Cruz Alta. Ou seja, hoje são atendidos 460 adolescentes - porque a faixa etária é dos 14 aos 16 anos, podendo permanecer até os 18 anos. Aqui em Porto Alegre são atendidos 116 adolescentes nesses cursos de mecânica geral, elétrica automotiva, chapeação e pintura, gráfica, estofaria, iniciação em informática e padaria - que teve seu início neste ano.

Nessa questão da profissionalização para esses adolescentes, a Brigada teve o cuidado de pegar adolescentes com renda familiar per capita até meio salário mínimo, mas tem um grande requisito: que estejam freqüentando escola ou que possam ser inseridos na escola. Então, mostram a preocupação com o fator educacional. No outro turno, essas crianças vão para dentro das dependências da Brigada e aprendem uma profissão. A grande maioria - e eu já acompanhei isso - é inserida no mercado de trabalho, por isso que eles têm essa paixão por esse Programa, porque eles saem, conseguem emprego e criam vínculo. Já fui, já participei do “Troféu Piazito”, já assisti ao Grupo de Pagode.

Eu quero então parabenizar, Coronel Marcadella, a Brigada Militar por esse projeto, por esse Programa, e dizer que lá, sob o comando da Capitã Rosane e do Sargento Medina, essas crianças realmente conseguem fazer aquilo que se busca, que é a construção da cidadania.

Também quero falar para vocês jovens sobre responsabilidade social que vocês têm ao assumir esse compromisso com a sociedade de Porto Alegre, de serem os privilegiados por fazerem parte desse Programa, de se inserirem futuramente no mercado de trabalho, o compromisso social de, cada vez mais, quando vocês se tornarem adultos, procurarem promover o bem-estar social e buscar a qualidade de vida para as suas futuras famílias. E é dentro disso que a Brigada Militar dá um exemplo concreto.

Esta semana, nós fizemos um Fórum, aqui na Câmara - Fórum de Geração de Emprego e Renda. E esse é o tipo de atividade que consegue promover geração de emprego e renda. São programas dessa iniciativa que o nosso País cada vez mais precisa, não é simplesmente dar uma cesta básica, mas é, simplesmente, fazer com que os jovens possam permanecer na escola, oportunizar condições plenas de uma profissão, e, claro, o acompanhamento assistencial, o acompanhamento da família - que é muito importante. E dentro de uma instituição como a Brigada Militar, que eu disse que tem os seus princípios dentro da hierarquia e da disciplina, podem ter a certeza de que vocês têm e terão uma formação plena de serem aquilo que nós, como cidadãos, buscamos, ou seja, cidadãos plenos, que vão exercer a sua cidadania em prol das suas famílias, mas principalmente na construção de uma melhoria do povo brasileiro. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero agradecer aqui o Ver. João Bosco Vaz pela cedência de seu tempo, o qual me pediu que eu transmitisse um fraterno abraço à nossa gloriosa e querida Brigada Militar, pelo carinho que ele tem com a nossa Brigada. Acredito que não só o Ver. João Bosco Vaz, mas toda esta Casa. Também falo em nome do Ver. Isaac Ainhorn, do Ver. Nereu D'Avila e do Ver. Dr. Goulart.

Há pouco, na Tribuna Popular, para homenagear o Dia do Assistente Social, falei da importância do trabalho social. Eu disse, em dois minutos, que este dia é importante para esta Casa.

No período de Comunicações, no dia de hoje, por iniciativa do Ver. Carlos Alberto Garcia, estamos homenageando a nossa Brigada Militar. Sem dúvida nenhuma, é um dia extremamente importante. Nós sabemos, hoje, das dificuldades que a nossa gloriosa Brigada Militar enfrenta no seu dia-a-dia, e, com tudo isso, ainda se preocupa com a área social.

Meus caros jovens - o Ver. Carlos Alberto Garcia citou aqui -, que bom vocês hoje estarem incluídos nesse Programa Social da Brigada Militar. Eu tenho certeza de que vocês vão ser, sem dúvida nenhuma, pessoas que vão dar de si, com o seu aprendizado, para o engrandecimento do nosso Rio Grande e - por que não? - do nosso País.

Meus caros Comandantes, quero falar da importância do trabalho de vocês principalmente com esses jovens que mais necessitam. Há poucos dias, nós fizemos uma visita à Febem - e nós temos aqui, hoje, na cidade de Porto Alegre, 1 mil e 27 adolescentes infratores presos na Febem, meus caros jovens. Eu pergunto: será que a nossa Febem tem estrutura para recuperar alguns dos jovens? Torço e espero que sim, mas não sei. E quando se vê uma organização como esta fazendo esse brilhante trabalho para os nossos jovens que mais necessitam, os nossos jovens carentes... E tenho certeza, meus caros Comandantes, de que com poucos recursos. Nós ficamos sabendo, naquele dia, que hoje o custo de um jovem infrator na Febem é de quase seis mil reais. Seis mil reais custa mensalmente um jovem infrator recolhido à Febem. E sabemos a situação em que se encontra o Estado no dia de hoje.

Portanto, como é um dia salutar para nós, um dia extremamente importante para esta Casa, quando recebemos esta histórica e gloriosa Brigada Militar, que, ao longo da sua história - como já disse -, com toda a dificuldade, ainda tem abnegadas pessoas que prestam esse relevante e brilhante trabalho na área social. Portanto, meus caros Comandantes, a todas as pessoas, desde o mais alto graduado da corporação da Brigada, em nome do PDT, fica aqui o nosso reconhecimento, o nosso abraço muito fraterno a cada um e a cada uma de vocês. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra em Comunicações e fala também por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Estamos aqui, hoje, por coincidência, comemorando, saudando e abraçando não só os Assistentes Sociais - há, na minha casa, um brado vindo da minha esposa, a qual desejava tirar esse curso que, na verdade, tirou -, temos aqui a nossa Brigada Militar, para comemorar, saudar o evento - o Prosepa.

É interessante, porque estive tantos anos na Brigada Militar, 20 anos, se não me engano, conheço a Corporação e participei da formação da oficialidade e dos graduados da Brigada Militar.

Eu preparei o meu discurso e coloquei como título “Um Trabalho Sério e de Respeito”. Preparei, pois, hoje, abordamos um problema nacional. É, na verdade, um problema nacional, não tenham dúvida, que nós desviamos, fingimos que não vemos, mas a qualquer momento pode estourar no Brasil em cima de nós: é a nossa mocidade, desempregada, desorientada, sem destino. O Rio de Janeiro está aí para provar o que estou falando, pois estão tirando das tropas pára-quedistas, elementos para solidificar seu avanço em direção às drogas e ao crime. Mas não quero me deter nisso.

O que fazer com a nossa juventude? Como direcioná-la? É a pergunta. Podemos fazer ouvidos moucos diante da avalanche que vem em cima de nós, 60 milhões de pobres e de indigentes. Isso demonstra, a todo o momento, que a onda rainha que vem em nossa direção é fabulosa! Só não vê quem não quer!

O que fazer com a juventude? Como direcioná-la? A Brigada Militar, na sua visão social, tomou uma iniciativa - é pequena! - em face da monstruosidade da tal onda rainha que se aproxima: profissionalizar adolescentes. O Prosepa data de abril de 1988, há vinte e tantos anos busca fazer - a nossa Brigada - a sua parte, o que é possível.

O País se vê às voltas com 10 milhões, 11 milhões de desempregados, puxando contingente pesado e desorientado de milhões de pobres e miseráveis. Só não vê quem não quer! O próprio Presidente da República remói hoje, com grande pesar, o que afirmou, ele não sabia até onde ia o problema. É vítima, somos vítimas, como todo o país pobre e emergente, da globalização e do neoliberalismo, que veio de repente. Eu o combati, enfrentei esse problema antes do PT! Doze anos nesta tribuna e na outra tribuna! O meu Partido ficava boquiaberto. Não sabia até onde eu queria chegar.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Vereador, V. Exª tem mais cinco minutos.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Mas eu sabia. A nossa Brigada faz o que pode, há 16 anos, há vinte e tantos anos. Busca integrar na sociedade um contingente que está na sua mão e no canteiro de obras do Estado. O que pode fazer? Se eu não me engano, desincumbiu-se de 1 mil e 500 jovens. Já é alguma coisa.

Como agir? Qual é o público que atinge? Voltar-se para o adolescente em idade de risco quando o contágio é perigoso, do uso das drogas, da ociosidade. São pré-adolescentes com mãe trabalhando. Trinta e dois milhões de lares, no Brasil, são capitaneados por mulheres. O homem não está presente. Faz o filho e vai-se embora. É um gaiato! Sem responsabilidade. São pré-adolescentes com as mães trabalhando, figura paterna ausente, faixa etária de 14 a 18 anos. Então eu lembro, e os Vereadores do PDT vão agora exultar, e eu “dou a mão à palmatória”, o Leonel de Moura Brizola, que eu persegui, quis até prender. Ele tinha razão: a escola de turno integral. Por que não dizer?! O Prosepa atingiu, se não me engano, cem inscritos, em Porto Alegre, e quinhentos e tantos aqui na ampliação do Prosepa em volta de Porto Alegre. Se os dados não são esses, perdoem-me, mas as intenções é que valem. Concluímos daí a importância do regime integral nas escolas.

O curso de ensino profissional abrange mecânica, eletricidade, chapeação, pintura, gráfica, estofaria, introdução à informática. E todos eles são desenvolvidos a contento; ao lado, como suporte, é prestado atendimento social, psicológico, médico, odontológico, no silêncio da caserna. A caserna não tem grandes repiques, grandes cornetaços, faz tudo muito à sua moda, encerrada dentro dos seus muros, e são fornecidos os apoios paralelos de transporte, de alimentação e de uniformes. Já passaram por esses homens 1 mil e 600 alunos, encaminhados ao trabalho, 1 mil e 200 - em números redondos. É alguma coisa? Claro que é! Em face do universo brasileiro, é pouco? É muito pouco, mas e daí? Alguma coisa foi feita. Há de se perguntar: é pouco? É pouco.

Lembro-me daquela historieta do colibri que buscava apagar um incêndio na floresta, levando em seu peitinho reduzido a água, que recolhia com sofreguidão, e a lançava nas labaredas do incêndio que consumia os arbustos da floresta. E respondia esbaforido as críticas das grandes aves indiferentes e completamente estateladas diante do que acontecia: “Eu fiz a minha parte. Tentei. Sei que não vou conseguir. Não fiquei parado, pelo menos, tentei; não fiquei contemplando a tragédia, sou feliz”. É como a Brigada Militar, que está fazendo a sua obra, deve-se sentir. Deviam adotar o colibrizinho com o peitinho cheio de água e que vai derramar na floresta incendiada aquele arremedo de auxílio. É alguma coisa!

Meus parabéns, Brigada, não é a primeira vez que os saúdo e não é a primeira que vocês me preparam; já fizeram várias, e eu sempre respondi, vocês são muito bem-intencionados. Eu conheci a Brigada há vinte anos, formei vocês. Vocês são muito bons, muito bons! Não parem de fazer o bem. Parabéns para vocês, podem sair daqui orgulhosos, de peito erguido, estão cumprindo a missão. Meus parabéns! (Palmas.) Falei em nome do Ver. João Carlos Nedel, do Ver. João Antonio Dib e do Ver. Beto Moesch, senão eles me repreendem.

(Revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradeço a fala do Ver. Pedro Américo Leal e convido o Coronel Tarso Antônio Marcadella, Chefe do Estado Maior da Brigada Militar, para fazer seu pronunciamento em nome do Prosepa, em Comunicações.

 

O SR. TARSO ANTÔNIO MARCADELLA: Srª Vereadora-Presidente da Câmara, Margarete Moraes; caro Vereador, professor, conselheiro federal dos profissionais de Educação Física, meu colega da Educação Física, Professor Garcia, que teve a iniciativa de homenagear este Programa, este projeto da Brigada Militar que está comemorando a adolescência nos seus 16 anos; Sr. Tenente Coronel Valmor, Chefe da Comunicação Social da Brigada; Major Marcelo, neste ato como Presidente do Centro de Referência Bio-Psicossocial, que trata da saúde da Brigada Militar, dos seus integrantes, é um órgão novo na Brigada Militar, em formação, pois não tem um ano, está sendo feita a sua concepção, mas promete muito.

Nós temos muito orgulho desta Instituição, que tem 167 anos, porque ela constrói a história do Estado do Rio Grande do Sul, ela vem trazendo o bem comum a muitas famílias, à sociedade em geral, a ordem e o progresso a este Estado, com as suas atitudes, com o seu comportamento, com o cumprimento das missões a ela destinadas. Gostaria aqui de saudar os Vereadores que utilizaram a palavra através do Ver. Besson e do nosso Coronel Pedro Américo Leal, que esteve no exercício da Pasta da Segurança Pública ao longo da sua carreira, que foi o nosso professor na Academia e que nos mostrou o sentido, não a posição de sentido, mas a vida de caserna, onde o espírito de corpo fala mais alto na busca da lealdade, na busca da verdade, na busca da honestidade, que são valores intrínsecos à vida do militar.

Gostaria de saudar também alguns Vereadores com quem tive o privilégio de compartilhar algumas atitudes: o Ver. João Dib, na condição de Prefeito desta Cidade, enquanto trabalhamos, nesta Cidade, na busca de gerar a tranqüilidade, a paz social e o bem comum; a Verª Clênia Maranhão, com quem também tivemos oportunidade de trabalhar; a Verª Maristela, na Lomba do Pinheiro, como Comandante do Destacamento Especial do Partenon, hoje 19º Batalhão.

Hoje pela manhã, fizemos uma transmissão de Comando na Lomba do Pinheiro - estava toda a comunidade, lideranças, tanto da UFRGS, da Agronomia, quanto da PUC -, com aquela filosofia de Polícia comunitária, em que os projetos da Brigada Militar estão andando, sendo fortalecidos cada vez mais, porque o art. 144 da Constituição assim afirma: “... responsabilidade de todos...”. E nesta Casa, a Casa do Povo de Porto Alegre, os representantes de Porto Alegre fazem homenagens a esta Instituição, que vem, no seu dia-a-dia, fazendo a segurança pública, gerando tranqüilidade.

Dentro desta homenagem que hoje é feita à Brigada Militar, para essas crianças, adolescentes, pessoas que ficaram adultas nesses 16 anos e que passaram por esse Programa e que acreditaram nesse Programa, desde os seus pais... Porque o Programa é bastante responsável, e aí está a responsabilidade social da Brigada Militar dentro da sociedade do século XXI, onde as empresas, mesmo empresas do Estado - e a Brigada é uma grande empresa do Estado; é uma máquina-empresa do Estado do Rio Grande do Sul -, vêm, por intermédio de seus programas, manifestar essa alta responsabilidade social.

E o Prosepa é um programa da Instituição que vem sendo dirigido por pessoas extremamente responsáveis nesses 16 anos. A sua concepção deu-se em 1988, o Coronel Elói Castro Cajal, que também ocupou este cargo que ocupo, teve a visão de criá-lo; o Coronel Jerônimo, Comandante-Geral da Brigada, sensibilizou o Governo do Estado, e o Governador Simon fez essa ação, positivando uma intencionalidade da Brigada de criar o Programa. E homens e mulheres, como a Capitã Rosane, hoje atual Comandante desse projeto, sentada à Mesa, sabe da relevância, da responsabilidade, porque a criança que nos procura é, normalmente, uma criança cujo pai e mãe estão em dificuldades, é uma criança cujo pai e mãe querem resgatar a dignidade, querem estabelecer alguns valores que a caserna cultua e que todos nós, como cidadãos, devemos, no dia-a-dia, cultuar, que é o Hino sagrado do nosso País, que é o Hino do Rio Grande do Sul, que diz: “Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”.

E hoje é dia 13 de maio, uma data sagrada, em que as desigualdades do século retrasado buscaram resgatar um direito de liberdade, quando, no Império, buscou-se a liberdade dos escravos. E, desde lá, o Rio Grande, talvez o Estado mais culto da Nação, vem buscando essa liberdade todos os dias; liberdade que a Brigada Militar, no seu ofício complexo de segurança, vem buscando, em todos momentos, garantindo o cumprimento das leis, leis feitas pelos representantes do povo aqui no Município, lá na Assembléia do Estado ou lá no Congresso - as leis federais.

Mas nós somos guardiães da lei, essa lei cumprida todos os dias quando fazem protestos, interrompendo o sagrado direito de ir-e-vir numa avenida, numa rua ou numa rodovia. Essa lei que ontem, na frente do Palácio, a Brigada garantiu, através de policiais, homens e mulheres: o direito de manifestação, do artigo 5º. Lá estava a Brigada, e foi agredida. E, dentro da relação de reciprocidade diplomática, lá nós tivemos para garantir a representatividade de uma Embaixadora de um país. Como no Aeroporto Salgado Filho, onde o 1º mandatário da Nação inaugurava, e eu, na condição de Comandante do CPC, tive de utilizar o poder discricionário do uso da força para garantir o exercício dos poderes, das liberdades democráticas, e muitas vezes somos criticados, muitas vezes somos saudados como arbitrários, violentos ou autoritários. Mas, Coronel Pedro Américo Leal, a Brigada vem buscando, no seu dia-a-dia, cultivar os princípios éticos do respeito, da cortesia e do profissionalismo, que são mais altos do que as críticas que, muitas vezes, tentam desmistificar o poder discricionário de Polícia e administrativo que garante a governabilidade num País.

Lá, esses garotos, essas moças praticam esses princípios e esses valores. A respeitabilidade dentro do Prosepa é grande, a ordem unida forma disciplina, forma respeito de hierarquia, porque a maternidade responsável, a paternidade responsável neste País tem de ser buscada, o princípio da autoridade de pai e mãe tem de ser resgatado, sem isso o professor vai ser desacatado, o diretor vai ser desacatado, a droga vai tomar conta, as famílias serão desestruturadas, e a Brigada está vigilante nesses valores mais sagrados do ser humano, que é a vida.

A civilidade e a cidadania devem ser buscadas por todos nós no dia-a-dia. Nós queremos uma profissão digna para essas pessoas que vieram representando alguns Municípios, como Montenegro, Vacaria, Caxias e Porto Alegre, porque esse Programa está se estendendo por todo o Estado, porque os pais têm crença na Brigada, vão lá, assinam o termo, e a Brigada diz: “Essa criança tem de estudar, esse adolescente tem de se formar e tem de sair da escola sabendo”. Não pode sair da escola sem saber, sem o respeito da palavra sagrada educação, e não simplesmente de conteúdos programáticos.

Hoje, 60% da população brasileira trabalha com vínculos informais de trabalho. Essa relação está gerando, muitas vezes, a pirataria que envolve ações de contrabando, de narcotráfico, de lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, gerando um ambiente criminal da vida mais fácil, e as crenças começam a ser desestruturadas. Projetos como esse do Prosepa são projetos que estão em crescimento na Brigada. Recentemente, em São Paulo, no Conselho Nacional de Comandantes, o Proerd ficou a cargo da coordenação da Brigada, para, em todo o Brasil, ser implementado, fortalecido, para que o crime organizado não tenha espaço. As escolas de trânsito, rodoviário e urbano, por meio do Batalhão de Polícia Rodoviário e Urbano, são outros programas semelhantes ao do Prosepa, que buscam, junto à filosofia da Patrulha Escolar, nas escolas, dar às crianças o sagrado direito de ir-e-vir com segurança e sem acidentes, como o que aconteceu em Viamão, em que o motorista do ônibus perdeu a perna; um caminhão desgovernou-se e 18 pessoas ficaram feridas, um crime de lesões corporais, por uma irresponsabilidade de manutenção de um veículo.

A Escola Ambiental - o Batalhão de Polícia Ambiental tem fortalecido um programa, porque é dever sagrado nosso aumentar e conservar - está no hino da Academia de Polícia Militar essa frase - a saúde do Planeta. Então, o Batalhão Ambiental também faz com essas crianças trabalhos importantes.

Vejam os bombeiros mirins ou salva-vidas mirins durante a Operação Golfinho. Todos nós vimos, ouvimos, vemos e acreditamos que aqueles ali são as pessoas que vão demonstrar, no futuro, a responsabilidade de todos, que está escrito na nossa Constituição Federal.

Não me alongando, eu gostaria só de agradecer esta homenagem àquelas pessoas que acreditam neste Programa, àquelas pessoas que estão fortalecendo o Programa, desde o Tenente Coronel Irani Bernardes, que também chefiou esse Projeto, como a Rosane, no passado; o Major Cidade, que hoje trabalha lá na Restinga, que também chefiou, gerenciou e está fazendo um belíssimo trabalho na Restinga, inclusive, culminando com o baile de debutantes que foi palco, um cenário nacional, de uma ação da Brigada Militar, no ano passado. Trabalhando, diretamente, há o Tenente Claudionor Menna; Sargento Aristeu, que já está na Reserva, mas que, volta e meia, auxilia e vem protagonizando eventos para esse pessoal. Gostaria de agradecer o Sargento Carlos Augusto Medina, que está aqui presente e que tem o maior orgulho de poder, todos os dias, estar mostrando o caminho, a luz, o sentido da vida para sejamos satisfeitos e felizes neste mundo, porque todos nós temos uma passagem na vida. E uma passagem sem significado não tem valor, uma passagem com significado de vida, com realizações, dá valor à pessoa. Então, Medina, muito obrigado em nome do Comandante-Geral, Coronel Nelson Pafiadache da Rocha, pelo teu labor diário, pela tua conduta.

E não podia deixar passar, olhando a Vera lá no canto, simpática como sempre, sorridente, que vem implementando na área da Assistente Social - dia 15 de maio é o Dia da Assistência Social. Tu, guerreira, junto com essas crianças, junto com a Administração da SAS, vem trazendo à Brigada Militar esse orgulho de poder ter este Programa tão exitoso, tão nobre. Parabéns, muito obrigado.

Em Livramento, o Capitão Giovani Barros; se olharmos o Giovani, vamos ver que aqui no Gabriel Obino, no Colégio Municipal, enquanto cadete na Academia, ele treinava os times de futebol para participar do JPOA, que na época não tinha esse nome, mas para tirar as crianças da drogadição, juntamente comigo e com a minha esposa, que é professora do Município, também da área da Educação Física.

Em Montenegro, o Capitão Oberdan e o soldado Quadros; em Caxias do Sul, o Tenente Brezolin e o soldado Mattos; em Cruz Alta, o 3º Sargento Brazil; em Passo Fundo, o Subtenente CVMI, que foi para a Reserva, voltou e adora esse Programa, o Farias; em Vacaria, a 1ª Tenente Izabel e a soldado Janete; em Pelotas - estão aqui presentes, se não me falha a memória -, o 3º Sargento Simone e o soldado Ubirajara.

Gostaria de agradecer o apoio a este Programa a algumas personalidades, como o Coronel Elói Castro Cajal, que faz um trabalho nobre, junto com o Lions, a Rodoviária, junto com o Morro da Cruz, uma comunidade que, volta e meia, auxilia nessas ações. E agradecer, também, ao Dr. Gerdau, que vem apoiando e implementando projetos nessa área.

A responsabilidade é de todos nós, e a Brigada Militar se sente muito orgulhosa.

Obrigado, Professor de Educação Física, Ver. Garcia, por esta homenagem. Obrigado, Presidenta da Câmara, em nome de todos os Vereadores aqui presentes, que prestigiam este ato. Em nome do Coronel Nelson Pafiadache da Rocha, Comandante-Geral, em nome do nosso Secretário, Deputado José Otávio Germano, deixamos o nosso muito obrigado por este momento tão nobre para a cidade de Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Quero, mais uma vez, cumprimentar o Ver. Carlos Alberto Garcia por esta bela homenagem e dizer, em nome de todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa, ao Coronel Tarso Marcadella, que é sempre uma honra recebê-lo e a todas as autoridades militares, assim como os adolescentes que hoje nos prestigiam. Quero dizer que é muito importante sempre homenagear a Brigada, em todos os seus aspectos, principalmente quando se trata de um Programa que garante o futuro para muitos adolescentes da nossa Cidade. Muito obrigada.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h39min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes - 15h43min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, meus senhores e minhas senhoras, o que eu vou dizer é a opinião pessoal, mas é a minha opinião tranqüila, serena e bem pensada. No dia de ontem, durante a noite, na calada da noite, a Câmara Federal decretou a sua autofalência. E por que eu faço esta afirmativa? A Câmara Federal recebeu, assim como todo o Congresso Nacional, no início deste ano, dois salários mínimos. Aliás, dois salários mínimos não, pelo amor de Deus, não ofendam os trabalhadores: dois salários de Deputados, dois salários de Senadores para votarem a PEC Paralela. Não votaram, mas embolsaram o dinheiro; não devolveram. Custou ao País 50 milhões de reais.

Ontem, deveria ser votada, em primeira votação, a PEC Paralela, mas ela foi adiada. E eu assisti à Sessão ao vivo na televisão; alguns dos Deputados diziam que a Câmara estava mostrando o seu verdadeiro valor, porque legislar competia à Câmara Federal e a ninguém mais. Mas cumprir o dever é para todos os cidadãos brasileiros, não é só para os Deputados e Senadores. O que aconteceu ontem? Votaram uma Emenda Constitucional que regulamenta o número de Vereadores no País. É que o Superior Tribunal Eleitoral havia definido que o número de Vereadores seria diminuído em cerca de 3 mil e 500, e os Deputados, com a nobreza que os caracteriza, com a agilidade que os caracteriza - quando querem -, votaram reduzindo os 8 mil e 500 para 5 mil.

Então, tudo o que eles fizeram ontem interessava a três mil pessoas neste País, que podem vir a ser Vereadores. Mas a PEC Paralela interessa a milhões de brasileiros, a todos os servidores públicos, mas eles não tinham tempo, mas receberam dois salários de Deputados, dois salários de Senadores para votar e não votaram. Três mil candidatos a Vereadores é uma coisa extraordinariamente importante! Tão importante que os Deputados vieram aqui no Hotel Embaixador ouvir os Vereadores do Rio Grande do Sul, se era para aumentar ou diminuir o número de Vereadores. Mas aquilo que havia responsabilidade para o povo brasileiro não eram três mil Vereadores a mais ou três mil Vereadores a menos, nós precisávamos saber o que vão fazer com a PEC Paralela. Até esta Casa, aqui, em razão da Previdência dos municipários, passou Sessões e mais Sessões sem poder se definir, porque a PEC Paralela não havia sido votada. Era para ser votada ontem, mas ela foi adiada.

Ora, ontem, quando votaram essa Emenda Constitucional, eles realmente decretaram autofalência. Faliram, porque deveria ter sido votada há 15 anos, em 1989, e não votaram. Agora, quando o Superior Tribunal Eleitoral se manifestou, aí eles se apressaram para dizer que eles estavam acima do Judiciário. Eles não estavam acima de coisa nenhuma, eles não tinham valor nenhum, até porque mais de um quarto dos Deputados nem foi à Câmara Federal ontem. Foi na calada da noite.

É incrível que nós tenhamos de viver as nossas vidas dependendo de criaturas que recebem muito bem no Congresso Nacional e que não estão nem ao menos presentes. Quando os interesses do povo devem ser defendidos, eles adiam. A Emenda que deveria ter sido feita em 1989 começou a ser votada ontem. Acho que o Congresso está decretando a sua autofalência, mas o Brasil deve ficar de luto pelos 374 Deputados que se apresentaram ontem; 347 deles foram favoráveis à Emenda, 17 foram contrários e 10 se abstiveram de votar. Que tristeza! No entanto, pode-se dizer: saúde e PAZ, do fundo do coração!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, já tive a oportunidade de vir a esta tribuna criticar o Senador Paulo Paim por duvidar do seu discurso relacionado ao salário mínimo. Cheguei a dizer que o Senador Paim tinha elaborado um discurso apenas com o intuito de agradar trabalhadores em todo o País - e principalmente aqui no Rio Grande do Sul -, para ganhar o seu voto, mas que não tinha a intenção de lutar para que esses salários realmente pudessem ser salários dignos do trabalhador. Mas eu quero aqui, hoje, da tribuna, dizer que me enganei; o Senador Paim, pelas suas últimas atitudes, por aquilo que ele tem feito no Senado Federal hoje, realmente está demonstrando que aquela sua luta anterior é uma luta que tem validade agora, mesmo com o seu Partido no poder. Isso realmente faz com que o mandato de um Parlamentar, o mandato, principalmente, de um Senador, seja dignificado, e por isso mesmo eu quero render as minhas homenagens ao Senador Paim.

Mas, Ver. Pedro Américo Leal, enquanto o Senador Paim está coerente com o seu discurso anterior, que é o de tentar conseguir que o salário mínimo seja de cem dólares, o PT é que continua, na verdade, naufragando nesse desejo, nessa necessidade que tem o trabalhador de conseguir um salário melhor. Há muito tempo todos os Governos trabalham no sentido de fazer com que o salário mínimo possa ser, realmente, um salário à altura da necessidade do trabalhador. Eu me lembro, Verª Maristela, de todos os discursos feitos aqui - tanto os da Bancada do Partido dos Trabalhadores como também de outros Parlamentares que pertencem ao Partido de V. Exª -, dizendo que os Governos anteriores não aumentavam o salário mínimo exatamente porque lhes faltava vontade política, porque dinheiro existia e eles tentavam provar que o dinheiro podia sair dessa ou daquela rubrica, desse ou daquele setor. Só que, passado o episódio de o PT buscar simplesmente o poder, quando o PT chega ao poder, o único Parlamentar do PT que continuou honrando esse discurso - nós temos que realmente dar a mão à palmatória, porque eu critiquei o Senador Paim anteriormente e estou vindo aqui para reconhecer o meu equívoco anterior - foi o Senador Paim.

Eu tenho aqui, inclusive, uma reportagem do jornal Correio do Povo (Lê.): “Secretário do PT, Paulo Ferreira, lamentando o fato de o Senador Paim estar presente e presidindo a Comissão mista do salário mínimo, ao lado do PSDB e ao lado do PFL.” O Ver. Reginaldo Pujol deve estar realmente ufano, porque o seu Partido, ao lado do meu Partido, e juntamente com um prócer apenas do PT, que é o Senador Paim, lutam nessa comissão mista a fim de que o salário mínimo possa ser melhor. E o Senador Paim faz um reconhecimento à luta do PSDB e do PFL. E esse reconhecimento vindo do Senador Paim, olha, realmente temos de ouvir as suas palavras, ele diz que efetivamente é uma luta séria, porque esses Partidos buscam esses recursos onde eles existem. Eles não estão fazendo demagogia, não querem pressionar o Partido simplesmente para impressionar a platéia; eles querem fazer com que o trabalhador possa receber, de fontes devidas, um salário que possa fazer jus ao trabalho que o trabalhador executa nas diversas frentes que nós temos em nosso País.

Então, quero cumprimentar o Senador Paim, que, ao lado do meu Partido, o PSDB, e ao lado do PFL, executa um trabalho, o qual eu cheguei a duvidar num determinado momento se era sério, se podia ser verdadeiro, mas ele está mostrando, Ver. Pedro Américo Leal, que é realmente um homem que merece a confiança do povo do Rio Grande do Sul, essa confiança que depositaram no Paim e que o levou para o Senado Federal. Nós temos que bater palmas para um representante que está neste patamar, porque nós precisamos é exatamente disso. Infelizmente, os outros Parlamentares ligados ao Partido dos Trabalhadores não tiveram a mesma atitude, lutam para que o salário mínimo fique nesse patamar de 260 reais, lutam para que o trabalhador não tenha essas mesmas condições. Mas para o Paim, de fato, temos de tirar o chapéu, ao lado do PSDB e do PFL, realmente, ele é um homem que merece todo o nosso aplauso. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de convidar o próximo Vereador inscrito, quero registrar a presença da Srª Lurdes Dresch, Vereadora do PMDB de Três Passos, 1ª Secretária da Câmara; do Sr. Bernardino Batista dos Santos, Vereador de Três Passos, do Partido Progressista, Presidente da Câmara de Vereadores de Três Passos; da Srª Lélia Müller, Vereadora do PMDB, 1ª Vice-Presidente da Câmara de Vereadores de Três Passos. Sejam todos bem-vindos na nossa Cidade. Muito obrigada por suas presenças.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Vereadora e companheira Margarete Moraes; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, primeiro eu queria, neste período de Comunicações, rapidamente, fazer um comentário sobre a manifestação do Ver. Luiz Braz.

Ver. Luiz Braz, com toda a tranqüilidade e o respeito que lhe tenho, quero-lhe dizer o seguinte: a Bancada do Partido dos Trabalhadores e o Partido dos Trabalhadores continuam lutando da mesma forma, mas, infelizmente, nos oito anos anteriores, o FHC, que foi o Presidente dos Estados Unidos e do Brasil, acabou com o nosso País e com qualquer política, neste momento, em que nós precisamos avançar, o que é lamentável, porque eu vou continuar soprando no ouvido esquerdo do meu Presidente, dizendo que ele tem de melhorar, sim, o salário. Então, essa voz é de todos nós.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Parabenizando V. Exª, eu queria dizer que o salário mínimo atingiu o patamar mais baixo da sua história sob a presidência do FHC, do Partido do Ver. Luiz Braz. E outro detalhe: de 1994, que é quando assume FHC, até 2003, na relação renda/ trabalho, o Produto Interno Bruto do Brasil baixou de 44% para 35%. Realmente, são risíveis determinadas críticas feitas nesta tribuna.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Agora, Ver. Raul Carrion, eu quero ver se o Governador Rigotto vai honrar o compromisso de manter o teto salarial regional que o ex-Governador Olívio Dutra instituiu neste Estado.

As outras duas questões que eu queria comentar, Srª Presidenta, são as seguintes: primeiro, Ver. Pedro Américo Leal, Ver. João Dib, Vereadores que fazem parte da base do Governo Estadual, queria fazer um apelo, juntamente com a Delegada Sílvia, da Delegacia para Mulheres, para que não troquem o lugar da Delegacia de Mulheres no Palácio da Polícia. Hoje, o Secretário de Segurança definiu que essa Delegacia vai para a Rua 7 de Setembro, nº 750 - um local longe. Nós todos sabemos que, para a mulher que sofre violência, é muito difícil sair de casa pela agressão psíquica, física e até econômica que vive naquele momento. Ao lado da Delegacia do Palácio, há o IML, e será uma dificuldade para a mulher ir até esse novo local para fazer o exame de delito e constatar o crime. Imaginem o que isso vai significar. A proposta do Secretário é que ali se institua a Delegacia do Idoso. Nós não temos nada contra o idoso, ao contrário, votamos e torcemos junto para que fosse aprovado o Estatuto do Idoso. Mas nós não podemos desvestir um santo e vestir um outro. Nós sabemos o quanto é difícil essa luta da mulher, em relação à conquista da Delegacia da Mulher, e agora estão tirando de nós essa conquista. Nós tínhamos que achar uma forma, Srª Presidenta, de entrar em contato com o Secretário, ecoarmos juntos, ter uma voz só para que isso não aconteça, porque realmente essa é uma notícia grave para todos nós.

Em segundo lugar, hoje, é um dia de muita felicidade na luta das donas-de-casa. Temos aqui duas Vereadoras, o que nos dignifica muito, e, em questão de gênero, para nós, não temos de ser ideológicas. Nós estamos juntas, isso é muito importante. Srª Presidenta, ontem, ficou instituído, por intermédio do relator da PEC Paralela, o Deputado Pimentel, que inseriu junto à PEC a nossa demanda, a nossa luta na Relatoria da aposentadoria da dona-de-casa. Eu confesso estar muito emocionada, porque essa é uma luta que não é apenas da Luci Choinacki, que é a autora, mas de todas aquelas mulheres que não tiveram, na sua história, o reconhecimento pelo seu trabalho nos sete dias da semana, de serem mães, educadoras, assistentes sociais, de cuidarem dos seus maridos e dos seus filhos e, no final de suas vidas, não terem esse reconhecimento. Então, nós estamos felizes porque foi mais um passo dado para aquelas que têm menos visibilidade. Portanto, é realmente, Verª Clênia Maranhão, uma alegria, sei que V. Exª também está nessa luta junto conosco, e nós vamos continuar nessa batalha, porque, realmente, é um dia de muita festa, mas continuaremos com muita garra e muita luta. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maristela Maffei.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Volto a insistir num debate feito desta tribuna, porque ele é de tamanho interesse da cidade de Porto Alegre, Ver. Pedro Américo Leal. Nós já tivemos aqui, dentro deste plenário, em diversas ocasiões, o debate do que significa para a população de Porto Alegre o Orçamento Participativo e o que foi o a derrota do Projeto, em nível estadual, com a história do Governo Rigotto ter acabado com o Orçamento Participativo no Estado e ter aplicado, ter montado a história da tal Consulta Popular.

Eu volto novamente a esta tribuna para perguntar para os meus colegas que pertencem aos Partidos que dão sustentação ao Governo Rigotto o que está acontecendo com este Governo? Ontem, Ver. Ervino Besson, o ex-Vereador desta Casa, Antonio Hohlfeldt, Vice-Governador, que coordena essa área da Consulta Popular, esteve visitando a Secretaria da Fazenda do Estado, implorando que a Secretaria libere recursos para as demandas da Consulta Popular, porque até o momento não foi liberado um mísero tostão para atender às demandas da população que foi lá. Aqui em Porto Alegre, em torno de duas mil pessoas entenderam que era importante ir à Consulta Popular, foram lá e determinaram, decidiram sobre obras. O Estado todo, parece-me que em torno de 30 mil, 35 mil pessoas, participou da tal Consulta Popular e definiu obras. Desde 2003 até agora não foi liberado nada para atender às obras da dita Consulta Popular, que nada mais é do que, no meu entendimento, um grande engodo. O Governo Rigotto substituiu um processo que mobilizou - só num ano do Orçamento Participativo - mais de 300 mil pessoas no Estado do Rio Grande do Sul, substituiu isso por uma proposta diferente, inovadora e democrática de discutir com a população a participação no Governo, a tal Consulta Popular. Até o momento, o Governo não liberou um real para essa tal Consulta Popular. Nenhuma das obras saiu do papel.

O que se vê é um silêncio. Um silêncio constrangedor, pois eu pensei que o Ver. Braz, do PSDB, Partido do ex-Vereador Antonio Hohlfeldt, iria vir a esta tribuna e esbravejar pela forma como o seu Vice-Governador foi tratado, ontem, na Secretaria da Fazenda: entrou com um pires na mão e saiu sem o pires. Ficaram com o pires lá na Secretaria da Fazenda. Verª Maristela, o ex-Vereador Antonio Hohlfeldt foi pedir dinheiro ontem na Secretaria da Fazenda do Estado para atender às obras do Orçamento Participativo.

“Um posto a cada quilômetro”, como eles diziam na época da campanha. Não estão fazendo nenhum posto a cada quilômetro, como não estão fazendo nada, e dizem que falta dinheiro, mas fazem acordo com a Toyota, fazem acordo com a GM, fazem acordo, pelo Fundopem, com um monte de empresas grandes do Estado, fazem renúncia fiscal e não atendem às demandas da comunidade.

Para engrossar mais ainda a demagogia desse Partido e dos Partidos que sustentam o Governador Rigotto, um Vereador do PSDB desta Casa propõe os Comudes para a cidade de Porto Alegre. Mas Comudes para quê? Conselho para tratar das demandas do Governo do Estado? Mas não está respondendo nada! Não está fazendo nada para ninguém! Vamos criar, vamos ter o trabalho de aprovar uma lei na Casa para que, Ver. Braz? O seu Vice-Governador, do PSDB, foi lá, ontem, na Secretaria Estadual da Fazenda com um pires na mão e saiu de mãos vazias. Até o pires ficou lá!

Novamente, eu vou insistir em colocar aqui na Casa esse debate para as Bancadas que são apoiadoras do Governo Rigotto. O que está acontecendo? É esse o Projeto de participação popular que vocês defendem? Se é esse o processo que o PSDB defende de participação popular, pelo amor de Deus, vamos ter coerência, porque estão enganado o povo! Ver. Ervino Besson, o povo está sendo enganado com esse tal de Comude, de Consulta Popular, porque não está levando nada. E existe um silêncio na Bancada aqui que apóia o Governo Rigotto.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Vereadores, Vereadoras, eu gostaria de falar hoje sobre a estapafúrdia decisão tomada pelo nosso Presidente, expulsando o jornalista da discutida reportagem que está correndo o mundo, a respeito do que bebe ou deixa de beber o Sr. Lula. Mas eu confesso que não vou entrar nessa, porque entendo que tudo que é explorado para desviar os desmandos que tomam conta do nosso Governo, da minha parte, não merece consideração. Mesmo porque o Presidente mal-assessorado, ou de forma ditatorial, vem tomando decisões que decididamente assustam àqueles que sonham com uma democracia plena em nosso País.

Eu quero falar hoje é dos negros. (Lê.) “Dois conceitos históricos são entendidos por abolição da escravatura: o conjunto de manobras sociais e políticas empreendidas entre o período de 1870 a 1888 em prol da libertação dos escravos e a própria promulgação da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888, promovendo a oficialização da abolição do regime escravista.

Os movimentos pela abolição da escravatura são iniciados a partir de alguns eventos ocorridos: a cessação do tráfico negreiro da África, em 1850; a volta vitoriosa de negros da Guerra do Paraguai, que se estendeu de 1865 a 1870; a criação da Lei do Ventre Livre pelo Visconde do Rio Branco - liberdade aos filhos de escravos nascidos após a data da promulgação dessa Lei, em 28 de setembro de 1871; não obstante, os filhos de escravos seriam mantidos sob a tutela dos senhores escravistas até a idade de 21 anos.”

“As mudanças que iam ocorrendo, no entanto, ameaçavam afetar diretamente a economia de produção, justamente baseada no regime escravista neste período da História do nosso Brasil. Os negros chegaram a participar da luta antiescravista e muitos deles foram perseguidos por seus atos insurrecionais ou mesmo fugindo do jugo escravista, reuniam-se em povoados como os quilombos - Quilombo dos Palmares, Quilombo de Jabaquara. Após as medidas oficiais antiescravistas determinadas pela Lei Áurea, os senhores escravistas, insatisfeitos com a nova realidade, tencionavam exigir indenizações pelos escravos libertos, não obtendo nenhum aval do Império. Desta forma, surgiram os movimentos republicanos, que foram engrossados com a participação dos mesmos senhores que eram antigos detentores da mercadoria escrava e que, descontentes com as atitudes do Império, acabaram por defender um novo sistema de governo, decorrendo daí um dos principais motivos da derrocada final do Império.

Por outro lado, a mão-de-obra proveniente das novas correntes imigratórias passa a ser empregada. Os negros, por um lado libertos, não possuíam instrução educacional ou especialização profissional que passa a ser exigida, decorrendo desses aspectos a permanência dos negros à margem da sociedade frente à falta de oportunidades a eles oferecidas. A liberdade dada aos negros anteriormente escravizados é relativa: embora não mais escravizados, nenhuma estrutura que garantisse a ascensão social ou a cidadania dos negros foi oferecida.”

E ainda hoje, quando lembramos essa data tão importante na história do Brasil, devemos refletir sobre a desigualdade, sim, que ainda existe com relação à raça negra. Toda e qualquer homenagem, todo e qualquer reconhecimento da gente nesta data esbarra na falta de uma política mais clara, mais transparente, mais igualitária para com a raça negra.

Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei que acabou com a escravidão. Mas, hoje, ainda sentimos, por todos os cantos e recantos da nossa Pátria, que a raça negra é, sim, marginalizada, que existe um ranço quanto aos negros e a sua ascensão social. Fica aqui o registro com nosso pedido de desculpas, mais uma vez, e o agradecimento pelo muito que a raça negra significa na história deste País-continente.

E como a nossa querida Presidenta havia esquecido de ligar o relógio, estou “cravando em cima da pinta”, em cinco minutos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Muito obrigada, Ver. Haroldo de Souza.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Pois é, e o “LILS”? Quem está enganando o País inteiro há um ano e quatro meses é indiscutivelmente quem prometeu mundos e fundos, e, numa vigarice política incrível, esse grande enganador produziu no ano passado um desenvolvimento de menos 0,2 e o espetáculo do desenvolvimento não aconteceu, por uma vigarice política inominável!

Srª Presidenta, Srs. Vereadores, a forma desrespeitosa como se referem aos governantes anteriores me faz lembrar aqui que o “OD”, quando Governador, mandou embora a Ford. Esse tal de OP é outra sigla maldita nesta Cidade que vem enganando permanentemente os porto-alegrenses em todas as suas facetas estatísticas e em todas as obrigações que adquiriram e que não foram cumpridas. Isso se chama vigarice política. E o Fome Zero? E a compra do avião? O que se chama a compra do avião? E a embriaguez da vitória e a chegada ao Poder que faz esquecer esse monte de promessas? E o desemprego? E o Programa Primeiro Emprego, que, no ano passado, deu somente um emprego quando o Programa previa 750 mil? Essas promessas todas formam um estelionato eleitoral, o maior da história deste País!

E a falta de respeito e compostura de determinados Vereadores, que sempre que se referem ao que os outros fizeram nada vale e ao que eles não fizeram, vale tudo? Eu queria saber onde está a tecnópole, aquela de Porto Alegre, em que iam investir uma verdadeira fortuna; eu queria saber quantos empregos produziu para a Cidade o Distrito Industrial da Restinga? E o “gato comeu” a bismestralidade dos municipários? E a vergonha da retirada do Projeto do Previmpa? E o caos da Saúde? - nós vemos, diariamente, em todos os jornais de Porto Alegre, a unanimidade da população dizer exatamente isso. E a favelização da Cidade? Porto Alegre duplicou o número de favelas. E a imundície do Guaíba? Então, nós estamos vendo, nessa debacle final do Partido dos Trabalhadores, a perda do discurso e o fim dos enganadores, porque essa vigarice feita com o povo brasileiro e com a cidade de Porto Alegre é, indiscutivelmente, muito pior do que o pior dos Governos deste País.

E quando se referem pejorativamente a outros Governos, porque só eles são inteligentes, só eles são notícia, esquecem que Porto Alegre é uma cidade muito bonita, pelas suas belezas naturais. Queiram eles ou não, o pôr-do-sol do Guaíba é muito bonito. E não foi feito pelo PT o pôr-do-sol do Guaíba! Não foi feita pelo PT a beleza das colinas e das vistas desta Cidade! Essa maravilha tem de ser conservada e não tratada como lixo na “capital das carroças”, onde um dos fatos mais importantes irá acontecer este ano, em 03 de outubro, com o fim da hegemonia de um dos piores Governos, que abandonou a cidade de Porto Alegre e que trouxe esse desgosto e esse desencanto para o porto-alegrense todos os dias.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Nereu D'Avila está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Srª Presidente desta Casa, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, a voz do Brasil, hoje, através de todos os articulistas dos jornais do Rio, São Paulo, Brasília e Porto Alegre, é somente uma em relação ao repúdio de um ato discricionário em relação à imprensa brasileira.

Nós, que lutamos na ditadura pela volta das liberdades democráticas, sabemos muito bem o quanto custa essa liberdade, e o primeiro pilar da liberdade democrática é a liberdade de imprensa.

A consagrada jornalista Dora Kramer, que não tem a sua pena, a sua caneta para agradar a ninguém, como alguém que escreve no jornal O Sul e que só está a serviço de um Partido político, esta Dora Kramer, respeitabilíssima Dora Kramer, do Jornal do Brasil, diz o seguinte (Lê.): “O Ovo da Serpente” - é o título da coluna da Dora Kramer - “Não há diferença, na essência, da reunião de terça-feira à noite no Palácio do Planalto, onde foi decidida a cassação do visto do jornalista norte-americano, daquela que, em 1968, decidiu pela edição do Ato Institucional número 5 e cassou, entre outros direitos, o da liberdade de expressão.” Mais adiante, no seu magnífico artigo, diz ela: “Não tem compreensão suficiente para discernir entre posse e prática de poder. No caso em curso, ao se sentir pessoalmente atingido, Lula fez-se confundir com a nação e não hesitou em se utilizar das prerrogativas do cargo para ir a uma forra pessoal”. E por aí vão os articulistas, tanto do Centro do País como daqui.

Alguém aqui, ontem, misturando imperialismo, ideologia, questões internacionais, atingiu o jornalista. Aqui na imprensa diz que o jornalista é polêmico, agora, atingiu a sua honra pessoal, mas não é por aí, não é a honra pessoal, é o ato autoritário. E, segundo informações da imprensa, setores do PT estão pedindo a revogação desse ato do Presidente da República, ele, pessoalmente, autorizou o Ministro.

E, agora à tarde, veio a seguinte notícia: o Superior Tribunal de Justiça, através de um dos seus Ministros, liminarmente impediu o ato de violência da expulsão do jornalista do Brasil.

Agora, o meu Partido não se omitiu, lançou um manifestou assinado pelo Sr. Leonel Brizola, nosso presidente nacional, intitulado: “Autoritarismo e arrogância”. E, lá pelas tantas, diz o seguinte (Lê.): “Quando agentes do FMI e do Tesouro americano vistoriam os cofres da Fazenda, dizem o que querem e elogiam a política neoliberal de Lula, está tudo certo. Quando a Srª Asma Jahangadir, da ONU, diz em pleno gabinete presidencial que pedirá inspeção internacional sobre o Judiciário brasileiro, numa evidente violação de nossa soberania, Lula aplaude e apóia. Mas, se um jornalista várias vezes premiado, que vive há anos no Brasil, que é casado com uma brasileira, publica o que todos sabem, aí é uma ‘ofensa à dignidade nacional’. Mas, pior ainda, é o que esse episódio revela: na ânsia de distrair a opinião pública dos descaminhos do governo e deste mais recente escândalo que foi a migalha infame dada ao salário mínimo, Lula não demonstra nenhum equilíbrio, atenta contra as tradições de liberdade de imprensa e comete um ato covarde.”

Por isso, hoje o principal neste País é assegurar as liberdades democráticas, com tão duras penas conquistadas por todos aqueles que, como nós, no velho MDB, lutaram para incrementar neste País esta plena liberdade, liberdades democráticas, e, se a primeira ruir, todas as demais cairão como um dominó que rui em cascata, todas as liberdades também ruirão. Portanto, não é um caso isolado de um jornalista, que afinal não atingiu a dignidade nacional, apenas comentou aquilo que toda a Brasília sabe, que todo o Pais conhece e que se pode até não comentar em respeito à simpatia e ao múnus presidencial, mas isso não é ofensa à dignidade nacional; ofensa à dignidade é expulsar o jornalista, ofendendo a liberdade de imprensa.

Obrigado, Srª Presidente, então eu concluo dizendo que o ato até foi desinteligente, porque ele, que estava como vítima de uma ofensa, porque afinal é um direito dele usar ou não excesso alcoólico, virou algoz. Por quê? Porque até agora se está especulando, em tom de blague, que, se esse jornalista americano for expulso do Brasil, virá em sua substituição, lá dos Estados Unidos, um cidadão chamado “Johnnie Walker”.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu pretendo, Ver. Pedro Américo Leal, ser o seu ventríloquo nesta hora. Quero que V. Exª fale por mim, como estou falando em Comunicação de Líder, não posso lhe dar aparte, reproduzirei a sua afirmação.

Estão, mais uma vez, desviando a atenção nacional. Aliás, esse é um episódio que não começou ontem, começou desde o momento da operação de retirada do sofá da sala, em fevereiro deste ano, quatro dias depois de ter enviado uma mensagem ao Congresso Nacional, afirmando que ia regulamentar as atividades de bingos neste País. O Sr. Presidente da República, na tentativa, repito, de retirar da sala um sofá que estava maculado para apagar o episódio Waldomiro, José Dirceu, teve aquela infeliz iniciativa de proibir os bingos do País por meio de uma Medida Provisória, que acaba de ser derrogada na soberania do Senado Federal.

Agora este País que vinha há três ou quatro meses só discutindo se os bingos deveriam estar abertos ou fechados começa a discutir se a gente tem de expulsar ou não, do território brasileiro, este cidadão americano, casado com uma brasileira, que escreveu uma reportagem e transferiu para os seus leitores opiniões, entre as quais, de alguém que se sente autorizado a falar sobre o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eis que foi seu candidato a Vice-Presidente, o Engenheiro Leonel de Moura Brizola, em cima de quem e de cujas declarações é montada quase que, inteiramente, a reportagem.

Eu quero dizer, com toda a honestidade, e ainda ontem eu falava, que todas essas iniciativas, que são factóides políticos, fazem com que a Nação inteira fique discutindo assuntos irrelevantes no meu entendimento, porque não me preocupa se o Presidente consome mais ou menos bebida alcoólica, o que me preocupa é que o Presidente não comece a governar. Essa é a minha preocupação! A minha preocupação é que faz 14 meses, um terço do mandato de Presidente da República, e nada acontece neste País, e o que acontece é um desastre. O que acontece é um País que deixou de crescer, que teve crescimento negativo no ano passado, porque sem ter projeto de Governo, só tendo projeto de poder, instalaram-se no Governo, fizeram alianças as mais estapafúrdias possíveis, num verdadeiro saco de gatos, com gente de tudo que é lado, de tudo que é matiz, e iriam produzir o quê? A mais brutal recessão que a economia brasileira já viveu; a mais brutal recessão que a economia brasileira já viveu, com crescimento negativo do PIB!

Respeito muito o PT. A minha preocupação não é com o PT, a minha preocupação é com este País! Acho que o PT já tem problemas suficientes para se organizar nas suas contradições. Não é esse o discurso que o PT, por 20 anos, produziu para esta Nação. Não é esse! Hoje já se afirma que haverá uma segunda onda de debandada do Partido dos Trabalhadores, de gente descontente com a orientação imprimida ao Governo.

O Ver. Cassiá lembra-me aqui que o Superior Tribunal de Justiça, no início da tarde de hoje, concedeu uma Liminar suspendendo o ato da Presidência da República que, praticamente, expulsava deste País o jornalista americano. Esse ato de expulsão do jornalista do País só podia ser assinado pelo Presidente da República, que ficou encabulado de fazê-lo e deixou com o Ministro de segunda linha; um Ministro Substituto da Justiça foi quem cometeu esse fato.

Ora, o PT vem dizendo a todo o tempo que nós temos de manter a boa imagem do Brasil no Exterior para não prejudicar os investimentos. E aí, qual é a imagem que nós fizemos? Ver. Pedro Américo Leal, quando nós defendíamos aquele período de regularização nacional neste País, que eles chamam de ditadura, já disseram dos nossos Presidentes muito mais coisa no Exterior e nunca nós tomamos uma atitude desse jeito! Agora, os democratas do PT, aqueles que inclusive transferiam para a imprensa francesa, alemã, do mundo inteiro notícias que denegriam os dirigentes deste País, aqueles que assim faziam, agora aplaudem uma decisão, porque um cidadão escreveu uma reportagem calcado de informações que recebeu de figuras vivas com domicílio certo. O Engenheiro Leonel Brizola mora lá na Av. Atlântida...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Vereador, o seu tempo concluiu.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Vou concluir, Presidenta. Por que não processam o Presidente nacional do PDT? Têm medo de que ele vá dizer mais coisa lá no processo judicial?

Era isso, Srª Presidente, e como eu disse ontem: isso é um tiro no pé e é um tiro mortal nas esperanças desta Nação. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, hoje é dia 13 de maio, data em que, em 1888, a Princesa Isabel concedeu a anistia geral e restrita, ou seja, a Abolição da Escravatura.

Duas coisas importantes: a primeira, no Rio Grande do Sul, esta terra de bravos - na palavra de Garibaldi, de centauros que lutaram como nunca, que ele não encontrou nem na Itália pelotões da Guerra dos Farrapos, portanto não é gauchismo nosso, mas dos nossos ancestrais -, quatro anos antes, em 1884, já concedeu anistia aos negros e negras da Província do Rio Grande. Portanto, quatro anos antes, o Rio Grande já teve a antevisão de que já estava esgotado o processo da economia baseada na escravidão. Tanto é verdade que os campos da Redenção se chamam Redenção em homenagem aos negros redentos que foram ali alojados, porque estavam libertos, não tinham para onde ir e acamparam naquela área alagadiça que, em 1884, teve o nome de Redenção e até hoje assim é chamada. E, depois, por ocasião do centenário da Revolução Farroupilha, em 1935, é que foi batizada de Parque Farroupilha.

A segunda é que, embora o poder da Princesa Isabel, absolutamente legal e constitucional, os negros, com sua própria decisão, não escolheram a data 13 de maio como a data das comemorações da sua libertação. E nós, evidentemente, aceitamos a decisão absolutamente democrática de que a redenção deles fosse comemorada no dia 20 de novembro, Dia do Zumbi dos Palmares. Mas, nem por isso, 13 de maio deixa de ter importância, porque tem, na sua estrutura jurídico-formal, o ato da Princesa Isabel que libertou os negros da Nação brasileira.

Então, há que se registrar a influência da negritude nos destinos desta Nação. É por isso que eu venho a esta tribuna, em período de Liderança, em nome do meu Partido, o Partido Democrático Trabalhista, registrar essa redenção que, por enquanto, foi política e não econômica, porque os negros ainda estão nos porões dos navios negreiros, como recitava Castro Alves nas suas magistrais poesias, que todos nós sabemos um pouco de cor.

Então, eu sou inteiramente favorável às cotas dos negros, sim. Sou porque deu certo nos outros países, inclusive nos Estados Unidos, porque tem que ajudar aqueles que, pelas suas próprias forças, não conseguem, dado que o sistema econômico de elite oprime como se estivessem ainda nos porões dos navios negreiros que vieram da África, para aportar aqui no Brasil. Então, eu sou francamente favorável às cotas, sim; votamos, aqui, favoráveis às cotas em concursos públicos. Nas coisas certas nós não temos Partido, nas coisas certas nós temos de ter sensibilidade e por isso proclamamos, aqui, o ato do Projeto do Executivo que concedeu essas cotas. Respeito quem acha errado, quem acha que as cotas não vão ajudar. Vão, sim, porque ajudam quem está no fundo do poço a vir à tona. Os Estados Unidos, hoje, não precisam mais de cota, os negros, hoje, têm limusine, têm poder econômico, têm poder político e, em breve, vão ter um Presidente da República - que não seja esse que invade os outros países, enxovalhando e envergonhando o mundo com fotos daqueles horrores lá no Iraque, que afrontam a dignidade humana dos torturados.

Embora eu respeite que os negros não comemorem o dia de hoje como a sua data, e sim dia 20 de novembro, não posso deixar de aproveitar para reafirmar que não basta a liberdade política, porque a escravidão não é só sob o jugo do senhor da senzala, não é sob o jugo do poder econômico, do preconceito que ainda vige muito neste País, em que negro que tem o seu lugar deve ficar onde está. Isso também é escravidão. Por isso nós, que temos uma visão mais ampla do que deve ser concedido para os nossos irmãos de outra cor, que ajudaram a construir a grandeza deste País - talvez muito mais do que os próprios brancos -, hoje lhes rendemos esta homenagem e nos somamos à sua luta, a luta de sempre, para que obtenham, ainda muito breve, além da redenção política, a redenção econômica.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 2293/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 070/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à Senhora Naura Terezinha Jardim Azevedo.

 

PROC. N.º 2369/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 013/04, que altera parte do art. 1.º da Lei n.º 7.265, de 17 de junho de 1993, e dá outras providências. (descrição/imóvel)

 

PROC. N.º 2371/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 015/04, que autoriza a alienação do próprio municipal localizado na Rua São Francisco - fundos do n.º 421, aos  lindeiros Elmo Eletro Montagens e Condomínio Edifício Dom Ricardo.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 1875/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 007/04, de autoria do Ver. Ervino Besson, que acrescenta inciso II, renumerando os demais, ao § 1.º do art. 45 da Lei Complementar n.° 170, de 31 de dezembro de 1987, que revoga a Lei Complementar n.º 32, de 07/01/77, estabelece normas para instalações hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos e dá outras providências.

 

PROC. N.º 1956/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 080/04, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que denomina Praça Dr. Luiz Soares Sarmento Barata um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Jardim Carvalho.

 

PROC. N.º 2254/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 097/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que dispõe sobre a instalação de grades protetoras em logradouros públicos de uso estritamente residencial no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0102/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 022/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o troféu Honra ao Mérito à Senhora Sandra Claudete Fischer.

 

PROC. N.º 0619/04 - SUBSTITUTIVO N.º 01, de autoria dos Vereadores Raul Carrion e Aldacir Oliboni, que institui a Semana Municipal do Artesanato e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 029/04, de autoria do Ver. Raul Carrion.

 

PROC. N.º 1477/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 061/04, de autoria dos Vereadores Ervino Besson e Sebastião Melo, que dispõe sobre a instalação, sinalização, contratação e utilização de controladores eletrônicos de velocidade e de semáforos nas vias públicas de Porto Alegre, e dá outras providências a respeito de lombadas eletrônicas e da fiscalização por radar móvel e fixo.

 

PROC. N.º 2145/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 087/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui o Programa de Recuperação de Créditos da Fazenda Pública do Município de Porto Alegre (REFAZ) e dá outras providências.

 

PROC. N.º 2178/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 091/04, de autoria dos Vereadores Sebastião Melo e Beto Moesch, que institui o Programa de Proteção aos Animais Domésticos e dá outras providências.

 

PROC. N.º 2234/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 095/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que inclui o Dia do Desafio no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 2240/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 096/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Sizenando Venturini.

 

PROC. N.º 2256/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 098/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua João Locatelli da Silva um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. N.º 2258/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 099/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que denomina Rua Eva Laci Camargo Martins (Célia) um logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Residencial Piratini.

 

PROC. N.º 2259/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 100/04, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que institui o Dia do Procurador e do Assessor Jurídico do Município de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 2264/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 012/04, que altera as redações do art. 1.º, “caput”, do art. 4.º, incluindo parágrafos, bem como dá nova redação ao art. 5.º, todos da Lei n.º 9.194, de 08 de agosto de 2003, e dá outras providências. (desafetação passagem pedestre/juros e correção monetária)

 

PROC. N.º 2288/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 101/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Rua Eliziário Goulart da Silva um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Cristo Redentor.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, a Pauta é um momento muito importante em nossas Sessões. Temos em Pauta no dia de hoje o Projeto de Lei do Executivo que altera parte da Lei nº 7.265/93.

Bem, como Vereador, sou obrigado a saber que Lei é essa que está sendo alterada; então, quando me distribuem a matéria para ser examinada, é justo que coloquem cópia da Lei para que eu saiba o que está acontecendo; não é o Vereador obrigado a folhear todo um Processo como este aqui para descobrir, no meio do mesmo, o número da Lei. Acho que a Procuradoria, quando colocou a sua concordância, deveria ter colocado a Lei para que o Vereador pudesse, com tranqüilidade, examinar; eu não estou muito satisfeito. De qualquer forma, examinei o Processo.

A Prefeitura fez uma permuta, recebeu por conta de débitos da pessoa ou da entidade um terreno de 300 metros quadrados; agora, o terreno passa, na alteração, a ter duzentos e poucos metros quadrados, 250 ou 260. Quem é que paga a diferença? Foi computado isso, e não está nada explicado aí. A mensagem do Prefeito é muito singela, ele quer apenas alterar a Lei; em vez de 300 metros quadrados - que foi o que a Prefeitura teria recebido na primeira oportunidade -, agora a Prefeitura estará recebendo 265 metros quadrados. Há uma diferença de 35 metros. No meu entendimento, isso representa dinheiro, e não vejo como a Prefeitura esteja resolvendo o problema, não está apresentado na proposta do Prefeito, e eu gostaria que ele tivesse feito isso.

Há um outro pedido do Executivo para autorizar a alienação de imóvel, que não tem interesse maior, pelo preço de 110 reais o metro quadrado - não sei se é bom ou ruim -, na Rua São Francisco. Talvez valha mais do que 110, mas é muito melhor vender por 110 reais o metro quadrado do que fazer o que fizeram na Rua Dona Eugênia, num terreno no meio de outros, com edifícios de boa qualidade; a Prefeitura, em vez de chamar os interessados e vender aquele terreno que não tinha utilidade nenhuma para a Cidade, construiu 18 portentosos sobrados de 32 metros quadrados cada um.

Eu vou voltar aqui, hoje, ao Projeto de Lei do Ver. Reginaldo Pujol e, como eu já disse na Sessão anterior, acho muito bom o Projeto. Não sei se o caminho colocado pelo Ver. Pujol - e ele também depois confirmou que não sabe - é o melhor, mas o Projeto em si, o de realizar um Confaz, uma oportunidade de os contribuintes acertarem as suas contas com a Prefeitura, é bom, até porque os lançamentos da Prefeitura não são os mais religiosos: os lançamentos da Prefeitura são muito estranhos.

Este ano, por exemplo, a Prefeitura diz que pretende arrecadar 145 milhões de reais de IPTU. Nos dois primeiros meses já fez 36 milhões de reais - é porque em dezembro também arrecadou boa parte, e, daí, as suas constas não ficam muito bem explicadas, mas eu já vi, muitas vezes, o Ver. Sebastião Melo reclamar, porque os grandes contribuintes não pagam à Prefeitura, e fica por isso mesmo. Esses 145 milhões que a Prefeitura diz que é o IPTU não correspondem à realidade. A Prefeitura lançou muito mais do que 250 milhões de reais de IPTU e Taxa de Lixo - muito mais do que 250 milhões! - e, depois disso, fez mais três lançamentos, e eu estou solicitando, no Pedido de Informação, o montante deles. A Prefeitura não nos informa.

O que acontece? O pobre não tem como pagar um advogado; então, ele paga o que lhe for lançado. O contribuinte mais poderoso tem empresa, tem organização, tem serviço jurídico e, porque a Prefeitura já faz lançamento fora do que preceitua a Lei, ou seja, alíquotas progressivas no territorial, então ele não paga, vai discutir e vai pagar daqui a alguns anos com os mesmos valores de hoje.

Portanto, Ver. Reginaldo Pujol, o Projeto é excelente. Se eu fosse Secretário da Fazenda, já tinha procurado o Vereador; se eu fosse Procurador-Geral, eu já tinha procurado o Ver. Pujol, porque acho que o Projeto deve ser examinado para facilitar, exatamente, a vida daqueles que têm muito pouco. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, lá pela década de 40, Porto Alegre era uma Cidade pacata, com 250 mil habitantes, mais ou menos. A vida era calma. As pessoas tinham tempo de se conduzirem rapidamente por um excelente serviço de bondes ao Centro da Cidade, ao seu serviço, almoçar em casa, dar uma volta, fazer a sesta e, depois, então, voltar para completar a sua jornada diária. E à noite voltavam para casa - sobrava tempo - para o lazer, para a conversa com os vizinhos, e, especialmente, havia tempo para as relações humanas, muito mais perfeitas.

A Cidade cresceu, virou metrópole, e nós substituímos a sociedade da calma pela sociedade da pressa, e aquilo que nós fazíamos com toda a lentidão - que era desde os nossos processos de manutenção individual, como a alimentação, até um cinema à noite e depois a volta à pé para casa - deixamos de fazer e fomos substituindo, aos poucos, a tranqüilidade e o bucólico pela sociedade da pressa. Essa sociedade que nos deixa sedentários. Substituímos o nosso esforço pelo esforço das máquinas e, hoje, nós vivemos uma insuportável sociedade do sedentarismo, da pressa do fast food, da velocidade fantástica dos automóveis e da inevitável rapidez das relações humanas. Os casamentos que duravam 30 anos, 40 anos, hoje, duram dias, meses e, às vezes, até horas.

Eu não gosto desses projetos que instauram o nome de dias na cidade de Porto Alegre, durante o ano. Os dias podem ser os dias de todos os trabalhadores em suas especialidades. Mas eu faço uma exceção para o Projeto do Ver. João Bosco Vaz, que propõe o Dia do Desafio à cidade de Porto Alegre. Esse desafio é a volta a uma sociedade bucólica, a uma sociedade que nos permite tempo para pensar, tempo para o exercício, tempo para as relações humanas. Esse é um dos melhores Projetos que já passou por esta Casa, é a volta à saúde, é a volta à prevenção, é a volta ao “devagar e sempre”, é a volta à leitura, é a volta à tranqüilidade. O Dia do Desafio é o combate ao nosso sedentarismo, parando um pouco na vida, exatamente, para alguma coisa que seja o lazer, que seja a saúde, que seja o bem-estar individual. E cada pessoa que consegue atingir o bem-estar individual passa a contribuir intensamente para o bem-estar social.

Este Projeto, Ver. João Bosco Vaz, foi de grande inspiração e de extrema inteligência e altamente voltado a uma nova concepção de vida, que é a volta à velha concepção da Cidade um pouco mais bucólica, um pouco mais voltada para a natureza, um pouco menos obesa, um pouco mais atlética, um pouco mais respirada, um pouco mais pensada, uma Cidade que merece que os seus habitantes tenham a grande felicidade de fazer exercícios, de esvaziar hospitais e de serem, por fim, felizes com o Dia do Desafio. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores, comunidade que nos assiste, o Ver. João Bosco Vaz nos provoca para ver se falaríamos ou não aqui sobre o Professor Fernando Henrique Cardoso. Acho que o professor está lá dando as suas aulas, acho que agora nós temos de, ganhando esse valor aí, não sei se são cinco mil dólares ou não... Eu acho que o País já está-se esquecendo desse período escuro, nefasto, da presidência do Professor Fernando Henrique Cardoso. Nós estamos reconstruindo o País, estamos trabalhando pela construção de um novo Brasil. É difícil, mas estamos fazendo isso.

Eu queria tratar de uma outra questão, Ver. João Dib. Listei três ou quatro Projetos, mas um se destaca. Eu vi que há uma vertente de pensamento na Casa que começa a legislar, Verª Sofia, tentando, na realidade, construir obstáculos a um conjunto de operações municipais. Um desses Projetos é o que trata da instalação, sinalização, contratação e utilização de controladores eletrônicos de velocidade, e quem lê atentamente o Projeto acaba descobrindo que ele, além de querer regular e orientar a matéria, quer, na realidade, entrar na seara que a Prefeitura, por determinação do Código Nacional de Trânsito, tem por obrigação fazer, que é colocar alguns limites na fúria de alguns velocistas que acham que as ruas da Cidade são pistas para andarem a 80, 100, 120km/h, e, muitas vezes, eles provocam acidentes fatais.

Nós tínhamos um Vereador nesta Casa, hoje, Deputado, que não saía desta tribuna falando contra os controladores de velocidade. Fazia um debate com uma carga contraditória muito grande, que era o debate sobre a vida, o debate sobre se conter a velocidade para garantir a vida, e a história de que temos de dar liberdade, porque o cidadão, com essa liberdade no volante e com qualquer tipo de velocidade, vai saber administrar. Mas os dados, os índices de acidentes no trânsito mostram o contrário; nós temos de ter rigor com a legislação, com as ferramentas para aplicar a legislação, porque os acidentes se multiplicam e, cada vez mais, transformam-se em acidentes com uma carga fatal muito grande.

Esse Projeto também se encaminha por essa seara, de querer construir a proibição à colocação de controladores de velocidade. Eu falo que isso é um contraditório tremendo, porque nós vimos isso colocado na campanha estadual, aquele debate de que o novo Governo, o Governo Rigotto, tiraria todos os controladores, e não os tirou, porque sabe que vai estar fazendo o debate contra a proteção à vida. E, lá na Assembléia, nós não vemos aquele Vereador que aqui combatia tanto os controladores - o que, do meu ponto de vista, é uma incoerência do Vereador, fiz esse debate várias vezes com ele aqui desta tribuna - com essa mesma postura no debate sobre os controladores de velocidade no Estado.

Mas quero alertar aqui, aí sim, para aqueles que são propositores desse tema, que essa matéria sempre tem de ser tratada de forma a garantir o direito de ir-e-vir do cidadão, sim, - os direitos estão garantidos ao cidadão, mas tem de ser tratado principalmente e centralmente pela proteção à vida, pela garantia à vida, pois o que se vê nos feriadões, nos períodos de festa é um descontrole, com acidentes que causam dezenas de vítimas fatais.

Portanto, sobre esse debate que proíbe que a municipalidade tenha maior rigor sobre a questão do excesso de velocidade, tem de se ter o cuidado para não ser um debate irresponsável. Nós temos que ser responsáveis, socialmente, nesta Casa, propondo matérias que garantam a proteção à vida, que garantam os direitos das pessoas, dos cidadãos da Cidade, e não criando o falso debate de que nós poderíamos estar regulando, limitando a fúria arrecadadora - como já foi dito aqui em alguns momentos -, isso é um engodo, isso não é verdade. Nós temos de lutar, sim, para que a vida seja garantida. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pela TV Câmara, quero saudar a todos. Em segunda Sessão de Pauta, há um Projeto de minha autoria que acrescenta o inciso II, renumerando os demais, ao § 1º do art. 45 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, que revoga a Lei Complementar nº 32, de 07-01-1977, estabelecendo normas para instalações hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário prestados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos e dá outras providências.

O que eu quero com esse Projeto? As contas de água, hoje, que os munícipes da cidade de Porto Alegre recebem só possuem o endereço e não possuem o nome do proprietário, do consumidor. Na conta da CEEE, por exemplo, o consumidor recebe a sua conta com endereço e nome do consumidor. Com a água não acontece isso. E isso está gerando uma série de problemas na cidade de Porto Alegre. Eu tenho dito várias vezes, e mais uma vez eu afirmo aqui desta tribuna, que normalmente os meus projetos são feitos em cima das solicitações da comunidade, e este é mais um deles. Eu recebi várias reclamações de consumidores de água, que uns estavam pagando a conta dos outros.

O que acontece? Há muitos logradouros públicos em Porto Alegre hoje que não têm nome. A pessoa recebe a conta de água - não tem o nome -, e acontecem várias confusões. O próprio DMAE poderá informar isso para esta Casa. Eu trago essa idéia para que discutamos, para até, de repente, acharmos outra idéia. Talvez surja aqui entre os Vereadores uma outra idéia melhor para que possamos resolver esse problema.

Vou citar dois fatos que aconteceram, para as pessoas que nos assistem pela TVCâmara e também para os nobres colegas Vereadores. Na Av. Guaíba, na Zona Sul de Porto Alegre, próximo ao Clube do Professor Gaúcho, uma senhora loteou uma área de sua propriedade legalmente. É um loteamento legal, dos poucos que acontecem em Porto Alegre, conforme determina a lei. Parece que antigamente havia um pequeno trailler - não sei o que funcionava ali -, e a pessoa que utilizava aquela área não pagava água. Quando as pessoas começaram a construir - várias residências foram construídas - e foram pedir a ligação de água, surgiu para aquela proprietária uma conta altíssima de água. O DMAE ligou para um desses moradores que estava com a sua edificação pronta, e os outros, quando foram pedir a ligação, o DMAE se deu conta, meu caro ex-Secretário Guilherme Barbosa, que havia essa conta e não ligou mais a água até que os moradores fizessem um acerto, que assumissem o valor, para que a conta fosse paga. Depois de várias reuniões com ex-Diretor do DMAE e a proprietária da área, nós conseguimos que o problema fosse resolvido, porque o bom-senso da proprietária fez com que ela assumisse a conta da água e a pagasse.

 

O Sr. Guilherme Barbosa : V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª traz um assunto importante, inclusive ontem na tribuna já o discuti. Realmente, às vezes, há alguns problemas - e o DMAE se esforça sempre para resolver e negociar -, mas nós temos a responsabilidade de não quebrar ou complicar a vida do Órgão. Neste exemplo que V. Exª está dando, o DMAE nunca mais ia conseguir pagar uma conta de alguém que usou bastante água e desapareceu. Como o DMAE vai achar a pessoa depois? Então, também há o outro lado da balança; temos que tentar equilibrar. Obrigado.

 

O SR. ERVINO BESSON: Colega Ver. Guilherme Barbosa, acho que é uma discussão que vamos fazer com toda a Casa para ver qual é a melhor idéia. Trago esse problema e acho que V. Exª também notou que ele existe na Cidade e vamos trazê-lo para discussão, para solucioná-lo.

Há outro problema na Cidade, por exemplo: o proprietário de uma área aluga o seu imóvel, mas o inquilino não paga a conta - tenho recebido várias reclamações -, e o proprietário é responsabilizado, meu caro Presidente, Ver. Elói Guimarães. Portanto, há uma série de problemas. Há poucos dias aconteceu - hoje, inclusive, já fiz contato com o DMAE para tentar solucionar mais alguns problemas que acontecem na nossa Cidade - de o inquilino não pagar a conta - uma elevadíssima conta de água - e o DMAE quer responsabilizar o proprietário. Então, no momento em que o proprietário aluga o seu imóvel, a responsabilidade deve caber ao inquilino. É um problema que nós temos condições de solucionar aqui nesta Casa. Assim acontece com a CEEE, que manda a conta em nome do proprietário. Se este aluga o seu imóvel e o inquilino não paga, a CEEE responsabiliza o inquilino, no momento em que ele necessitar de uma ligação de uma conta de luz, a CEEE não liga a luz até que ele salde sua dívida.

Então, eu acho que essa é a linha que nós vamos tomar nesta Casa, para que possamos resolver o que eu vejo como um grave problema que acontece na nossa Cidade envolvendo o DMAE, mas temos certeza de que vamos achar um caminho. Vamos discutir com os colegas Vereadores e Vereadoras, para que surja uma idéia e nós consigamos resolver os problemas dos consumidores da água aqui na nossa Cidade. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

(O Ver. Ervino Besson assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Besson, presidindo os trabalhos, eu inicialmente quero agradecer ao Ver. Guilherme Barbosa e ao Ver. João Carlos Nedel que não usaram a tribuna para que este Vereador pudesse agradecer. Portanto, sou grato a V. Exas.

Eu gostaria de trazer uma experiência que tive na cidade de Porto Alegre quando Secretário dos Transportes e falo em cima de um Projeto de autoria do Ver. Haroldo de Souza que estabelece regramentos a logradouros públicos, fundamentalmente naqueles logradouros que possuem os chamados cul de sac.

 Quando Secretário dos Transportes, Ver. Pedro Américo Leal, fui procurado por moradores do Jardim Cristofel, onde reside o Vereador, cidadão de Porto Alegre, Mano José. Os proprietários, moradores do edifício, me procuram na Secretaria, porque exatamente ali, junto, existe o Hospital Moinhos de Vento e também o Colégio Bom Conselho, e há um bar na frente da referida rua do Jardim Cristofel. Os seus usuários colocavam os carros naquela rua cul de sac, uma rua sem saída, e era aquele barulho. Eu compareci no local, examinei a situação com os moradores todos. O que fizemos? Estabeleci ali, vejam, um controle. E documentei, fiz por escrito, na qualidade de Secretário dos Transportes, com uma ressalva: que todos aqueles que pretendessem adentrar na rua pudessem fazê-lo. Era um controle. Posteriormente se colocou ali uma guarita e um travessão que não permitia, em determinadas horas, que se entrasse ali e que fizesse todo aquele barulho para os moradores, para o Hospital e para o Colégio Bom Conselho. Evidentemente, recebi umas pedradas pela imprensa, mas não me arrependo, porque entendia que estava procedendo da forma como devia. Agora, o Ver. Haroldo de Souza traz um Projeto nesse sentido.

Eu quero oferecer essa experiência inédita, meio feita no canetaço, é bom que se diga, mas na busca de resolver problemas da nossa comunidade. Então, adotamos ali na rua do Jardim Cristofel esse controle, com entrada. Por quê? Um cul de sac, todos sabem, é uma rua que não tem saída e só interessa aos moradores. Acresce salientar que ali existe um hospital, o Moinhos de Vento, e existe uma escola. Então, adotou-se, Ver. Guilherme Barbosa, essa medida, que é extremamente importante para a tranqüilidade, para o sossego das pessoas. Hoje ali se fez uma entrada.

Então, foi uma medida que deu certo, e o Ver. Haroldo de Souza, agora, por um Projeto, está tratando da matéria, e eu quero, exatamente, dar uma contribuição a esse Projeto e dizer que estou com esse Projeto, porque, efetivamente, já há uma experiência na cidade de Porto Alegre feita ali no Jardim Cristofel, quando tive a oportunidade, em rápido período, de ser Secretário Municipal dos Transportes. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. Elói Guimarães. Encerrado o período de Pauta, assume a presidência o nosso Vice-Presidente, Ver. Elói Guimarães.

 

(O Ver. Elói Guimarães assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Presidente Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, no dia de ontem, ao mesmo tempo em que o Presidente deste País continuava sendo achincalhado pela imprensa marrom dos Estados Unidos - agora acompanhada pelo coro da oposição subserviente às ordens do “Império do Norte” -, o Rio Grande do Sul assistiu a outra cena de servilismo que envergonha os descendentes dos farroupilhas: no Palácio Farroupilha, estava hasteada a bandeira dos Estados Unidos. Onde estavam os críticos que certa vez questionaram a colocação de uma bandeira de Cuba? No seu interior, cercada de salamaleques e mesuras, a arrogante Embaixadora dos Estados Unidos, que há pouco se dera ao luxo de desmarcar uma audiência com o Presidente da República, era recebida com honras de Chefe de Estado pelo Governador Rigotto - e isso depois de haver fechado o consulado dos Estados Unidos em Porto Alegre - para inaugurar uma “embaixada virtual” dos Estados Unidos no Rio Grande do Sul. Na verdade, um mero site, na Internet, de propaganda dos Estados Unidos no nosso Estado.

Do lado de fora, um aparato bélico da Brigada Militar - desconhecido no enfrentamento da marginalidade - para reprimir quem ousasse protestar contra os Estados Unidos. Frente a eles, Coronel Leal, algumas dezenas de jovens desarmados, a maioria estudantes, em uma manifestação pacífica pela paz, contra a guerra imperial e em desagravo a Lula.

Ao sair a Embaixadora, diante das palavras de ordem contra o imperialismo norte-americano, a Brigada Militar investiu violentamente contra os estudantes, golpeando-os com cassetetes, chutando-os no chão, jogando três deles num camburão. Entre eles, Ivandro Morbach, “Latino”, que aqui esteve, no ano passado, fazendo o uso da palavra, na homenagem à Ubes, a estudante Camile Pegoraro e o jovem José Carlos do Rosário, aqui presente - e peço que se levante para que vejam a maneira como a Brigada investiu, Coronel Leal, contra os jovens que se manifestavam contra o “Império do Norte”, que quer tomar conta da Amazônia!

Mas o mais vergonhoso ainda estava por acontecer. Só que antes eu quero mostrar o que a imprensa noticia sobre os desmandos e a violência contra os jovens desta Cidade. Vou colocar também aqui a imagem mais clara para quem não leu os jornais de hoje. (Mostra a matéria.) Mas o pior ainda estava por acontecer, a Deputada Jussara Cony dirigiu-se à 1ª DP e, ao adentrar, deparou-se com a 1ª DP decorada com a bandeira dos Estados Unidos. Surpresa, a Deputada foi admoestada pelo inspetor Araújo, que afirmou que não admitia que, ali, aquela bandeira fosse desrespeitada e que ela deixasse de olhar para ela com olhar deboche. No Palácio, a bandeira norte-americana; na Delegacia, os jovens que lutam pela soberania, presos, espancados e a bandeira norte-americana decorando o ambiente. A Deputada só disse: ”Eu vou fotografar”. E o inspetor Araújo ainda fez posse para foto. É isso que nós estamos vendo.

Mas não bastava isso. Na Avenida Praia de Belas, no mesmo dia, assistimos a Brigada apontando uma arma contra um manifestante do MST. Será que isso são só alguns desmandos individuais, Ver. Aldacir Oliboni? Nós não acreditamos. Como aquela soldada no Iraque, que agora diz que tudo que ela fez foi por ordens superiores. Isso é o desmando de uma Brigada Militar que, ao invés de combater a marginalidade, não toda...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Raul Carrion, conclua.

 

O SR. RAUL CARRION: Hoje, volta-se para reprimir as manifestações populares. Não vamos generalizar, mas nós devemos dizer que são indícios de que algo errado existe na Segurança publica depois que o Governador Rigotto assumiu o comando deste Estado. Deixamos aqui registrado o repúdio da Bancada do PCdoB, que, certamente, é o repúdio das Bancadas democráticas desta Casa. Muito obrigado.

(Revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é claro que eu preciso de algumas informações sobre a Saúde em Porto Alegre, é claro que eu preciso de algumas informações sobre a bimestralidade arrancada do bolso dos servidores municipais, mas, no momento, tenho de me dirigir a um Vereador da Casa que parece desconhecer algumas coisas da própria Câmara.

Toda a vez que aqui chega um embaixador de país estrangeiro, nós hasteamos a bandeira do país dele ali na frente. É assim que faz o mundo, o mundo dos educados, o mundo dos sensatos. Aqui, toda a vez que há uma homenagem a um país estrangeiro, nós tocamos o hino do país estrangeiro juntamente com o Hino Nacional.

Mas o que é isso, pelo amor de Deus? Se o Governador do Estado hasteou a bandeira, para que todo mundo visse, sem problema nenhum, na frente do Palácio, porque a Embaixadora americana estava aqui, acho que ele fez correto. Ele apenas fez o que o mundo faz, o mundo civilizado, é claro, muito civilizado, muito educado, muito sensato.

Meu querido jovem, sei que o teu braço está quebrado, que houve, para ti, uma violência, mas não foi assim: tu estavas quieto, de braços cruzados, veio um brigadiano e te bateu. Não foi assim! Nós sabemos que não foi - nós dois.

Nós vivemos as coisas nas ruas desta Cidade. A Brigada não sai batendo, de graça. Manter a ordem é uma coisa muito complicada, muito complicada. Vejam só: há mil pessoas, duas mil pessoas, e vem 20 ou 30 brigadianos. Eles não podem escolher o que vai acontecer, porque, se deixarem bater num deles, não sobrará nada deles. Então, eles têm de ser enérgicos! Mas nós, que somos jovens, não aceitamos essas coisas. Imaginamos que tudo pode ser feito, que temos o direito de fazer. Esquecemos o dever de respeitar as coisas que ali estão.

Lastimo profundamente pelo teu braço, e é o teu braço direito, pior de tudo, imagino que sejas destro, e esteja quebrado. Tu deves estar sofrendo, e eu sofro um pouco contigo, eu queria que não fosse assim. Eu queria que as pessoas entendessem que, no mundo, há lugar para todos, que elas têm de ser civilizadas, que temos de ser solidários. Mas, não! Preferimos exagerar por todas as coisas.

Mas, para ti, eu vou falar. Tu sabes que circula, em Porto Alegre, anualmente, mais de um bilhão e meio de reais para a Saúde, e a Saúde é péssima? Não, tu não sabias! Muita gente aqui também não sabia. Tu sabes que o Tribunal de Contas disse que a Prefeitura poderia ter pago a bimestralidade no ano passado, e a Prefeitura não pagou? Claro, tu não és o Prefeito, não estás na Prefeitura, não exerceste a Prefeitura, então, não podes ficar sabendo. Mas eu exerci a Prefeitura, uma dúzia de vezes no ano passado, e o Tribunal de Contas me enviou mostrando que poderia ter sido pago, mas não foi pago.

Mas é melhor falarmos da imprensa marrom! Ora, nós temos de colocar as coisas nos seus devidos termos; não estou defendendo o Nem York Times, não há por que eu fazer isso, nem leio o Jornal, mas, pelo amor de Deus, eu sei que é um jornal que tem respeito mundial. É um jornal poderoso, forte, como são os nossos melhores jornais aqui do País. Estas coisas fazem com que um jovem como tu, que eu vejo que é uma pessoa que deve ser sensata, correta, de repente, deixe extravasar o seu sentimento, aquela força que a juventude tem, e termina acontecendo uma coisa desagradável. Eu juro que nenhum dos 33 Vereadores aqui queria te ver de braço quebrado, nenhum deles! Todos nós gostaríamos de te ver com os teus dois braços, forte, vigoroso como tu és, jogando basquete, pois tens altura para isso. Mas os discursos que se fazem, de repente, levam a juventude para os caminhos tortos, e isso nós não podemos permitir.

Segurança nós reclamamos aqui todos os dias, agora, quando se movimentam, nós reclamamos contra os que fizeram a segurança. Mas pode ter a certeza de que, quando houver multidão, a Brigada Militar ou qualquer tipo de Polícia, em qualquer lugar do mundo, nunca se aproxima ao número dos manifestantes, nunca! Então, realmente, eles não podem dizer para se retirarem porque a Embaixadora americana estava lá. Não, eles não fazem isso; eles pedem que se afastem. Se houver reação e eles não reagirem, a coisa fica complicada.

Mas, meu jovem, mais uma vez eu quero lastimar o teu braço, mas a tua inteligência está intacta, usa-a. Saúde e PAZ!

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Exma Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham aqui neste fim de tarde e aqueles que nos assistem pelo Canal 16, que também nos honram com a sua audiência. A História registra o dia 13 de maio, Ver. Raul Carrion, como sendo o dia, no passado, reverenciado com a Abolição da Escravatura. E assim o foi historicamente...

Eu vou suspender, Srª Presidenta, o meu pronunciamento, por evidente falta de...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Vereador, o seu tempo está garantido, está parado. Eu solicito silêncio ao Plenário, por favor. Temos um orador na tribuna, gostaria que ele fosse ouvido.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Obrigado, Srª Presidenta. Nessas ocasiões, eu sempre me lembro do ex-Vereador Clóvis Brum, que, em determinados momentos, não conseguindo cativar a audiência dos seus Pares, dizia que, talvez, fosse culpa do orador. Talvez ele não tivesse atingido...

Mas eu tenho certeza que o dia de hoje, na história, no passado, traduzia a idéia da libertação dos escravos, e essa idéia era passada, assim o foi durante muitos e muitos anos, mais de 300 anos. Há pouco, há muito pouco tempo, houve a revisão histórica no sentido de os movimentos negros se organizarem minimamente e, através deles, se fazer a discussão do porquê do 13 de Maio, do porquê que a História colocava assim o 13 de maio, como o dia da libertação. Será que esses interesses que conduziram a Princesa a assinar a libertação eram interesses realmente humanistas, eram interesses outros, sociais ou puramente econômicos? E, através do aprofundamento dessa discussão, chega-se, então, a essa reflexão, chega-se ao 20 de novembro como sendo aquele dia em que, através de uma traição, ocorre a morte de uma liderança, a liderança de Palmares, o Zumbi dos Palmares.

O importante, hoje, é marcar esta data, porque ela historicamente também teve o seu papel. Era nessa data que aqueles ainda não organizados, aqueles movimentos que não tinham ainda condições de uma reflexão mais profunda...era exatamente no dia 13 de maio que se reunia a colônia dos negros na Cidade e em todos os lugares para discutir. O 13 de maio serviu para chamar a atenção, para reuni-los e para então se fazer o contraponto. E é em cima dessa constatação que subimos à tribuna no dia de hoje para dizer que historicamente teve a sua importância, inclusive para servir como data-referência, referência não boa, mas data-referência.

Hoje vejo na imprensa pelo menos uma reportagem, que me chamou a atenção, embora pequena, tem estrutura e fundamento histórico. O jornal Diário Gaúcho faz uma síntese marcando os 116 anos da Abolição da Escravatura e, mais do que isso, dizendo da realidade dos negros na cidade de Porto Alegre. As colônias dos negros foram sendo expulsas, não só dos negros, as dos pobres também, mas dos negros especificamente, da Cidade Baixa, depois da Redenção. E os Srs. Vereadores - tenho certeza de sabem da história - sabem que foi esta Casa, a Câmara Municipal de Porto Alegre, que, antes da abolição da escravatura, já libertou os escravos na cidade de Porto Alegre. E eles se localizaram no Parque da Redenção. Dali foram levados, por um lado, pela modernidade; por outro, pela especulação imobiliária e pelos interesses, por outro. Foram indo, foram ao bairro Bom Fim, ao bairro Rio Branco e hoje estão fora da cidade de Porto Alegre, porque a Cidade não os acolhe mais. Esta é a verdade do dia de hoje em Porto Alegre.

Ao concluir, Srª Presidenta, queria deixar o nosso reconhecimento pela reportagem do jornal Diário Gaúcho, marcando a data de hoje, e queria trazer para a Casa este tema que, certamente, em 20 de novembro, será bem lembrado. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não ia usar esta tribuna, mas, depois do manifesto do Ver. Raul Carrion, sou obrigado a vir à tribuna, até porque o papel, como disse o Ver. João Bosco Vaz, aceita tudo, ele está distribuindo, não sei se somente na Câmara ou pela Cidade... Mas o que me chamou a atenção aqui é que há muito tempo o Ver. Raul Carrion falava em Fundo Monetário Internacional e hoje não fala mais. Da ALCA, hoje ele não fala mais. Ele fala aqui em José Sarney (Lê.): “Por sua vez, o Presidente do Senado Federal José Sarney, ao se pronunciar favorável à decisão...” Então fica difícil. Dia desses, ele disse, aqui nesta tribuna, que 8,3% em cima de 240 reais, Ver. Cláudio Sebenelo, é a mesma coisa que 8,3% nas quatro faixas que o Governo Estadual tem de 360 reais, 350 reais, 340 reais; até nisso ele tenta enganar a população de Porto Alegre. Então o Ver. Raul Carrion tem uma facilidade para panfletear, e, com tantas mentiras, às vezes, ele consegue persuadir, com a sua capacidade, com a sua boa oratória.

(Mostra papel.) Nessa semana, ele estava em frente à PUC distribuindo isso aqui para fazer uma lavagem cerebral na garotada, como se estivesse a imprensa internacional prejudicando o Governo Federal. Acho que o Presidente Lula pensou que teria um tipo de repercussão e superdimensionou um assunto sobre o qual não precisava se manifestar. Hoje, com a Liminar, o Presidente ficou numa situação em que não pode mais voltar atrás, vai ter de baixar um decreto, e aí ter uma decisão...

 

(Manifestação de Vereador.)

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Exatamente, então não é o Governo dos Estados Unidos que está fazendo isso; foi um jornalista internacional, de um jornal conceituado, é claro, mas isso não representa os Estados Unidos, nós temos de ser claros. Nós temos que defender o nosso Presidente, sim, mas não dessa forma.

Outra coisa que o Ver. Raul Carrion não colocou aqui e desconheceu: o ”tijolaço” do Brizola. Por que ele não citou que o Brizola foi quem falou que o Lula bebia a toda hora na campanha anterior, quando ele foi Vice do Lula? Faltou coragem, Ver. Carrion, de dizer que saiu daqui de dentro do País, que foi o ex-Governador Leonel Brizola quem informou ao jornalista internacional?

 

(Manifestação do Ver. Raul Carrion.)

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Não, estou em tempo de Liderança, o senhor teve todo o tempo...

 

(Manifestação do Ver. Raul Carrion.)

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Então V. Exª não teve a coragem de dizer que o Brizola...o seu “tijolaço”, e hoje está denunciando, está confirmando o que o jornalista internacional... Então surgiu de dentro do nosso País...

 

(Manifestação do Ver. Raul Carrion.)

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, eu posso usar a palavra, terminar o meu raciocínio? O Vereador Carrion está atrapalhando.

Ver. Carrion, eu o ouvi com muita atenção, agora eu tenho o direito de contestá-lo, até pelo o que o senhor falou aqui, não disse que saiu de dentro do País. Foi o ex-Governador Leonel Brizola quem informou o jornalista, mas eu não vi ninguém aqui comentando. V. Exª esteve aqui e não falou no ex-Governador Brizola, no seu “tijolaço”, e hoje está em todos os jornais, já confirma, então veio de dentro do País.

Eu concordo com V. Exª, quero deixar bem claro, acho que nós temos de preservar o nosso Presidente, qualquer que seja. O Presidente Lula foi atingido, nós temos de contestar claramente, eu acho que ele é uma figura que tem de ser preservada. É o nosso Presidente, independente de Partido político. Mas o Presidente Lula está botando boné de tudo que é time e a toda hora, aí fica difícil, é aquela história: torce para quem? Ou não torce para ninguém? Ele torce para todos! Está botando cocar e começa a se desmoralizar, e nós queremos defender essa instituição que é o Presidente da República, Ver. Leal - o Presidente da República nós temos de preservar! Mas ele não se preserva, ou seja, a cada discurso do Presidente é uma confusão, e cada dia usa um boné, aí fica difícil, Ver. Sebenelo. Então nós queremos que o Presidente se preserve como autoridade máxima deste País, para que possamos, aqui dentro, também respeitá-lo. Se nós não o respeitarmos aqui dentro, como é que lá fora ele vai ser respeitado? Obrigado, Presidenta.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, colegas Vereadores, Vereadoras, quero, inicialmente, dizer que eu, individualmente, Guilherme, sou contra a posição tomada pelo nosso Governo Federal com relação ao jornalista, mas ao mesmo tempo é lamentável. Desculpe-me, Ver. João Bosco Vaz, que a fonte dessa informação principal seja o ex-Governador Leonel de Moura Brizola, cujo passado eu nunca canso de elogiar, mas cujo presente, a partir do apoio ao Fernando Collor de Melo, a ampliação do mandato do ex-ditador Figueiredo e por aí afora, a gente tem de lamentar, porque, se nós fôssemos entrar nesse tipo de atuação do ex-Governador, nós íamos dizer para ele cuidar da sua família, não é verdade?

Nós iríamos entrar num campo muito complicado, e é lamentável que ele seja o mote desse tipo de situação, aproveitado, sim, pelo Governo norte-americano, porque o Presidente Lula começou a fazer uma articulação na América Latina para enfraquecer a ALCA, nós queremos discutir sobre isso, para enfraquecer o processo da ALCA. Começou a fazer uma relação com a Índia e com outros países para procurar mercados independentes ou, pelo menos, para diminuir a nossa independência à potência da América do Norte. Quer dizer, todo mundo sabe que é isso, portanto com a tentativa de diminuir a sua força e a sua expressão. Se não fosse a posição do Governo brasileiro, os Estados Unidos da América do Norte tinham derrubado o Chaves há muito tempo, na Venezuela. E assim nós podemos seguir adiante. Portanto há de ter uma posição de País e de soberania nacional.

Quero também tocar sobre o salário mínimo. Nós, da base do Governo, nós, Partido de esquerda, temos a autoridade para dizer: "Esse salário é baixo, nós queremos mais." Agora, como aceitar que o PFL, que o PSDB, que administraram este País por oito anos, que sempre reajustaram o salário mínimo abaixo da inflação, venham agora dizer: "Mas como está baixo!" Nós é que temos autoridade para dizer isso; os outros não, porque eles sempre reajustaram abaixo da inflação. Nós vamos continuar pressionando o nosso Governo para que o salário seja maior. Agora, por favor, quem passou oito anos no Governo, arrochou os salários, os servidores federais tiveram zero por cento de reajuste, e nós estamos agora negociando permanentemente com as categorias em greve para ter reajuste... Ah, por favor! Vão-se queixar de outros, e não de nós. Há pessoas que podem reclamar, outras não, porque passaram oito anos no Governo e não fizeram nada.

Outro tema trazido aqui na tribuna: o sorriso do Governador Rigotto está-se mostrando muito semelhante àquela tentativa de simpatia do ex-ditador Garrastazu Médici, de radiozinho no ouvido: “Brasil, ame ou deixe-o!” e ia para o jogo de futebol. É o sorriso do Governador Rigotto.

E, por outro lado, a Brigada Militar, que passou a ser uma Brigada que mata, uma Brigada que dá segurança.... E o Ver. Dib terminou se convencendo. É essa Segurança que nós queremos, quando bate em estudante, quando bate nas professoras, quando bate nos movimentos sociais? No mesmo dia, nós tivemos um policial militar apontando a arma para um cidadão desarmado, que, aliás, não se acovardou, se armou para brigar - elogiável esse cidadão -, uma arma apontada para a cabeça de um trabalhador sem-terra que está-se mobilizando por terra para trabalhar, e, ao mesmo tempo, tinham batido nos estudantes. Para completar a forma entreguista e autoritária com os movimentos, eu pedi emprestado ao Ver. Raul Carrion a foto. Que foto maravilhosa! (Mostra a foto.) Esse é um símbolo do Governo do sorriso, de obra zero. Está aí o Vice-Governador desesperado, porque ele empenhou a sua palavra e o seu trabalho, e, ao mesmo tempo, pau nos movimentos sociais. E um inspetor colocou na Delegacia uma bandeira norte-americana, ajoelhado e lambendo as botas do império norte-americano!

Isso aí, nem a ditadura, Ver. Pedro Américo Leal, fazia, porque, pelo menos, era nacionalista. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu acabo de receber, no meu gabinete, uma carta desaforada fazendo ameaças, dizendo que este Vereador anda fazendo batidas nas filas de postos, portanto ameaçando. Eu vou levar ao conhecimento de V. Exas, como vou mandar uma correspondência também para a Delegacia, não porque esteja com medo, mas acho que esse tipo de procedimento não qualifica. Se quem fez isso acha que vai desautorizar a caminhada da fiscalização, está pensando erroneamente. Portanto, vou passar à mão de V. Exª.

 

O SR. RAUL CARRION: Eu queria registrar, e tenho certeza de que falo em nome de todos os Vereadores, a nossa solidariedade ao Ver. Sebastião Melo que sofreu essa ameaça e a certeza de que pode contar com o apoio de todos os Vereadores desta Casa.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Raul Carrion. Eu solicito a abertura do painel eletrônico, para que os Vereadores e Vereadoras possam registrar as suas presenças. (Pausa.) Solicito o fechamento do painel eletrônico e consulto os Vereadores para verificar se alguém não conseguiu registrar a sua presença. (Pausa.) Presentes 11 Vereadores. Para entrarmos na Ordem do Dia, seria necessária a presença de 17 Vereadores, portanto não há quórum.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidente, achando estranho que, a esta hora, não haja quórum para que possamos prosseguir com a Sessão, entrando na Ordem do Dia, eu pediria que V. Exª citasse o nome dos Vereadores que estão presentes, por favor.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Pois não, Ver. Luiz Braz. Estão presentes os Vereadores Dr. Goulart, Ervino Besson, João Bosco Vaz, Sebastião Melo, João Antonio Dib, Pedro Américo Leal, Cláudio Sebenelo, Luiz Braz, Margarete Moraes, Cassiá Carpes e Elói Guimarães. Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h45min.)

 

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